Jeffrey Epstein. FBI investiga aparente suicídio após teorias da conspiração

por RTP
Epstein encontrava-se acusado de tráfico de menores e de criar uma rede para violar dezenas de meninas Jason Szenes - Reuters

Após notícias da morte do magnata, o FBI lança agora uma investigação sobre o seu aparente suicídio. Encontrava-se numa prisão de alta segurança nos Estados Unidos, acusado de tráfico e abuso de menores. As teorias da conspiração começaram, apontando até Donald Trump e Bill Clinton como potenciais autores da sua morte.

Jeffrey Epstein foi encontrado sem vida na cela da prisão de Nova Iorque este sábado, às 6h30m locais (11h30m em Lisboa). O multimilionário norte-americano ter-se-á suicidado – uma das médicas legistas disse sentir-se "confiante" sobre o enforcamento como causa da morte. Porém, outro médico legista referiu que necessitava de mais informação para determinar a causa.

A polémica à volta da sua morte rapidamente se instalou.

No dia 23 de julho, Epstein foi encontrado inconsciente no chão da cela, com marcas no pescoço indicativas de suicídio. Após o incidente, foi colocado sob vigilância por tentativa de suicídio. A cadeia informou que o detido partilharia o espaço com um companheiro e que um guarda passaria a cada 30 minutos pela cela.
Epstein encontrava-se acusado de tráfico de menores e de criar uma rede para violar dezenas de meninas na sua mansão em Nova Iorque e numa outra na Flórida.
Contudo, na noite anterior à sua morte, o guarda falhou o procedimento, embora o Centro Correcional de Manhattan seja uma prisão de alta segurança, comummente apelidada de "Guantánamo de Nova Iorque". Encontrava-se também sozinho na cela, quando tinha sido estabelecido que devia estar com outro preso.

O magnata foi encontrado morto 24 horas após mais de duas mil páginas de documentos terem sido libertados num assunto civil relacionado, que envolviam Epstein e outros líderes mundiais proeminentes e empresários norte-americanos, segundo Jim Mustian, jornalista da Associated Press. Alguns dos documentos descreviam como Epstein alegadamente violava menores e recrutava as vítimas em escolas e, num caso, no resort de Donald Trump na Flórida, o Mar-a-Lago.

Foi então lançada uma investigação pelo FBI e pelos serviços do Departamento de Justiça e, horas após a sua morte, as teorias da conspiração ganharam tração nas redes sociais.

Teorias da conspiração envolvem Trump e Bill Clinton

Foram reveladas algumas amizades de Epstein - estas incluíam o Presidente Donald Trump, Bill Clinton, o príncipe Andrew do Reino Unido e outros sócios igualmente influentes.



Começaram assim os rumores de que o multimilionário teria sido morto devido a potenciais segredos que envolveriam personalidades influentes, incluindo uma possível participação nos crimes de que Epstein foi acusado.

Memes, publicações e tweets acerca da morte de Epstein foram partilhados milhares de vezes nas redes sociais, dando origem à hashtag #EpsteinMurder (Assassinato de Epstein).

O Presidente Donald Trump foi um dos milhares que partilhou teorias. No twitter, partilhou uma publicação do comediante e seu apoiante, Terrence Williams, sugerindo que Bill Clinton tenha estado envolvido na morte de Esptein.

"Ele tinha informação sobre o Bill Clinton e agora está morto", dizia o tweet.

Angel Ureña, o porta-voz de Clinton respondeu aos rumores, assegurando que o antigo presidente dos Estados Unidos "não sabe nada acerca dos terríveis crimes de Jeffrey Epstein".

Donald Trump também foi alvo de rumores. Nas redes sociais, circularam fotos e vídeos do Presidente norte-americano com Epstein em algumas festas.

O mayor de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse ainda ser "demasiado conveniente" que Epstein já não pudesse incriminar outros.

"O que é que ele sabia? Quantos milionários e bilionários fizeram parte das atividades ilegais em que ele estava envolvido?", questionou.
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