O Governo do Japão disse hoje estar a preparar o primeiro encontro entre o novo primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, e o Presidente da China, Xi Jinping, possivelmente ainda esta semana.
"Estamos a preparar-nos para poder realizar a reunião", disse o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, quando questionado durante uma conferência de imprensa sobre um potencial encontro.
"Entre o Japão e a China existem muitas possibilidades e, ao mesmo tempo, muitos problemas e questões pendentes. Por isso, é importante manter diálogos e comunicações de alto nível, incluindo com chefes de Estado", acrescentou Hayashi.
De acordo com fontes governamentais citadas pela agência de notícias japonesa Kyodo e pelo diário económico Nikkei, Ishiba e Xi poderão encontrar-se já na sexta-feira.
A reunião poderá realizar-se à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), a decorrer em Lima desde domingo e com a presença dos dois líderes.
Hayashi indicou que tanto a cimeira da APEC como a cimeira do G20, o grupo das 20 maiores economias mundiais, no Brasil, na próxima semana, serão oportunidades para um encontro.
Na sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou que Xi Jinping vai estar em Lima, entre 13 e 17 de novembro, e o Rio de Janeiro, de 17 a 21 de novembro, para participar nas duas cimeiras.
Hayashi disse que o encontro com Xi viria no seguimento de uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, à margem de uma cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que marcou a estreia diplomática de Ishiba.
O porta-voz lembrou que, no encontro realizado em outubro, no Laos, Ishiba e Li concordaram que o Japão e a China "iam continuar a comunicar a vários níveis".
As relações entre Tóquio e Pequim deterioraram-se em resultado da aproximação da China à Rússia, após a invasão da Ucrânia, e na sequência da intensificação das atividades militares chinesas em torno do arquipélago japonês, em muitos casos no âmbito de manobras conjuntas com Moscovo.
Em agosto, o Japão descreveu a incursão de um avião militar chinês no espaço aéreo do país, junto às ilhas Danjo, na província de Nagasaki, como uma "grave violação da soberania japonesa".
A câmara baixa da Dieta (parlamento) do Japão reelegeu na segunda-feira Shigeru Ishiba como primeiro-ministro, por uma maioria simples, depois de a coligação no poder ter perdido a maioria absoluta nas últimas eleições.
Ishiba lidera o primeiro governo minoritário do Japão em cerca de três décadas.