Pela primeira vez, e em todas as províncias do país, a população japonesa diminuiu em cerca de 800 mil pessoas. O envelhecimento da população e a queda da taxa de natalidade originaram uma mudança demográfica que está afetar quase todos os setores da sociedade. As políticas para inverter esta nova tendência têm tido pouco impacto.
No ano anterior o Japão atingiu dois novos recordes indesejáveis, na mortalidade com os óbitos a ultrapassarem os 1,56 milhões e na natalidade com o registo de apenas 771 mil nascimentos, sendo a primeira vez, desde que há registos, que o número de recém-nascidos desceu abaixo dos 800 mil.
"A nossa nação está no limite da sua capacidade de manter as suas funções sociais", avisou o primeiro-ministro japonês.Neste sentido, Tóquio prometeu resolver a situação através da criação de uma nova agência governamental, lançada em abril, mas até agora as políticas nacionais ainda não conseguiram travar o declínio da população e inverter a tendência. Apesar do pouco impacto a nível nacional, os efeitos das medidas implementadas nos municípios, como subsídios de acolhimento de crianças e de educação, têm sido mais visíveis nas pequenas cidades, onde os nascimentos têm vindo a aumentar.
"Concentrar a atenção nas políticas relativas às crianças e à educação dos filhos é uma questão que não pode esperar e não pode ser adiada", acrescentou o chefe do governo japonês.
Desde 2011 que a população japonesa tem vindo a diminuir – à semelhança de outros países da Ásia Oriental, onde também se tem verificado o declínio da taxa de fertilidade – prevê-se que a população do Japão diminua de 122,42 milhões em 2022 para 88 milhões em 2065.
O Japão não é o único país a seguir este rumo, no grupo dos países mais ricos da OCDE a taxa média de fertilidade é de 1,66, abaixo da taxa de substituição de 2,1 necessária para manter os números da população.
c/ The Guardian