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Japão. População diminuiu em 800 mil pessoas em 2022

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Arquivo| Distrito comercial de Ameyoko, no maior mercado de comida de rua de Tóquio, em Tóquio, Japão, a 29 de dezembro de 2022. Issei Kato - Reuters

Pela primeira vez, e em todas as províncias do país, a população japonesa diminuiu em cerca de 800 mil pessoas. O envelhecimento da população e a queda da taxa de natalidade originaram uma mudança demográfica que está afetar quase todos os setores da sociedade. As políticas para inverter esta nova tendência têm tido pouco impacto.

O Japão é a nação mais envelhecida do mundo, cerca de 29% dos japoneses têm mais de 65 anos, sendo as mulheres a maioria. Com as mortes a ultrapassarem largamente os nascimentos, a população do país diminuiu em quase 800.000 pessoas. Até 2050, prevê-se que a população diminua até um quinto.

De acordo com os dados do Ministério dos Assuntos Internos do Japão, divulgados esta quarta-feira, cada uma das 47 províncias do país registou uma queda na população em 2022.

No ano anterior o Japão atingiu dois novos recordes indesejáveis, na mortalidade com os óbitos a ultrapassarem os 1,56 milhões e na natalidade com o registo de apenas 771 mil nascimentos, sendo a primeira vez, desde que há registos, que o número de recém-nascidos desceu abaixo dos 800 mil.

O despovoamento das zonas rurais, o encerramento de escolas ou os programas de televisão e anúncios publicitários dirigidos para um público sénior espelham o envelhecimento e a diminuição da população japonesa.

O Japão tem uma das maiores esperanças de vida do mundo, com cerca de 87,97 anos para as mulheres e 81,91 anos para os homens, uma média total de 84,95 anos.

No início de 2023, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, afirmou que o envelhecimento da população japonesa representa um risco urgente para a sociedade e que sem a ação necessária para aumentar a taxa de natalidade advertiu para a possibilidade de o país não ser capaz de funcionar sem o aumento da taxa de natalidade.

"A nossa nação está no limite da sua capacidade de manter as suas funções sociais", avisou o primeiro-ministro japonês.Neste sentido, Tóquio prometeu resolver a situação através da criação de uma nova agência governamental, lançada em abril, mas até agora as políticas nacionais ainda não conseguiram travar o declínio da população e inverter a tendência. Apesar do pouco impacto a nível nacional, os efeitos das medidas implementadas nos municípios, como subsídios de acolhimento de crianças e de educação, têm sido mais visíveis nas pequenas cidades, onde os nascimentos têm vindo a aumentar.
"Concentrar a atenção nas políticas relativas às crianças e à educação dos filhos é uma questão que não pode esperar e não pode ser adiada", acrescentou o chefe do governo japonês.
Desde 2011 que a população japonesa tem vindo a diminuir – à semelhança de outros países da Ásia Oriental, onde também se tem verificado o declínio da taxa de fertilidade – prevê-se que a população do Japão diminua de 122,42 milhões em 2022 para 88 milhões em 2065.

O Japão não é o único país a seguir este rumo, no grupo dos países mais ricos da OCDE a taxa média de fertilidade é de 1,66, abaixo da taxa de substituição de 2,1 necessária para manter os números da população.

c/ The Guardian
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