O Japão retirou esta segunda-feira a recomendação para o uso da máscara em locais fechados, uma das últimas medidas impostas desde o início da pandemia de covid-19, mas a maioria da população continua a utilizar máscaras.
"A partir de hoje, o uso de máscara é deixado a uma decisão individual. Não estamos a forçar ninguém a usá-la ou tirá-la", disse o primeiro-ministro, Fumio Kishida, aos jornalistas ao chegar ao seu escritório, sem máscara.
Apesar de reconhecer que "haverá mais ocasiões" em que não irá usar máscara, Kishida pediu aos japoneses que coloquem máscaras perto de pessoas vulneráveis para protegê-las dos riscos de infeção.
O uso de máscara nunca foi legalmente obrigatório no país e o fim da recomendação para a sua utilização em locais fechados surge numa altura em que o governo do Japão pretende estimular a economia.
No entanto, num país onde a pressão social é extremamente forte, a maioria da população continua a utilizar máscara, mesmo em locais abertos, uma recomendação abandonada pelas autoridades no verão de 2022.
A maioria dos adeptos que se reuniram junto ao estádio em Tóquio onde vão decorrer hoje jogos do campeonato mundial de beisebol usava máscaras, tal como os passageiros que saíam da principal estação de comboio de Tóquio para se dirigirem ao trabalho
Já presente no arquipélago antes da pandemia, sobretudo em períodos de gripes sazonais ou alergias, a máscara tornou-se indispensável desde o início de 2020, quando o novo coronavírus foi detetado no país.
O Japão era um dos últimos países do mundo a recomendar o uso de máscara em locais públicos. A região chinesa de Hong Kong já o tinha feito a 1 de março, dois dias depois do território vizinho de Macau.
No outono, o Japão deixou de exigir testes de covid-19 para os passageiros que tivessem sido vacinados com pelo menos três doses, parte da transição de um país que teve as fronteiras praticamente fechadas a turistas estrangeiros durante cerca de dois anos.
O Japão registou cerca de 73 mil mortos desde o início da pandemia, para uma população de 125 milhões, um número inferior ao de muitos outros países, que alguns peritos atribuem ao uso generalizado de máscaras e ao encerramento prolongado das fronteiras.