As pessoas com mais de 50 anos passam a ter, em Itália, a obrigatoriedade de se vacinarem. O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, justifica a medida com o argumento de que estas são as "faixas etárias com maior risco de hospitalização", além do quadro de forte aumento de novas infeções. O cartão com a vacinação completa, conhecido no país como "passe de saúde reforçado", passou a ser exigido a todos os trabalhadores dos setores público e privado.
Os dados estão em cima da mesa. Desde 30 de dezembro de 2021, a Itália debate-se com 115.791 novos casos e 156 mortes, em média, diariamente. Nas últimas 24 horas foram reportadas mais de 189 mil novas infeções.
Dos quase 60 milhões de habitantes, metade tem mais de 50 anos. Cerca de 74,2 por cento da população está vacinada com duas doses e 35 por cento recebeu a terceira dose de reforço.
O Governo italiano entendeu apertar as medidas para diminuir o número de mortes, perante o disparo das contaminações e o aumento da pressão hospitalar devido à variante Ómicron.
A partir de dia 5 de janeiro deste ano, a vacinação contra a covid-19 tornou-se obrigatória para a população com mais de 50 anos.
"Queremos abrandar a curva de contaminações e incentivar os italianos que ainda não foram vacinados a fazê-lo ”, explicou o primeiro-ministro italiano, em comunicado.
"Trabalhamos principalmente nas faixas etárias com maior risco de hospitalização, para reduzir a pressão sobre os hospitais e salvar vidas", acrescentou Mario Draghi.
O decreto-lei impõe a obrigatoriedade de vacinação às pessoas com mais de 50 anos que não trabalham e exige a apresentação do cartão de vacinação a todos os que trabalham com mais de 50 anos, tanto nos setor público como no privado.
Esta medida implica, na realidade, a vacinação de todas as pessoas com mais de 50 anos, uma vez que o documento de vacinação, conhecido no país como "passe de saúde reforçado", só é obtido com o plano de vacinação completo ou após a recuperação da doença.
"As medidas de hoje visam manter os nossos hospitais a funcionar bem e, ao mesmo tempo, manter escolas e atividades comerciais abertas", disse Draghi.
A medida entra em vigor imediatamente e vigorará até 15 de junho.
A partir de 10 de janeiro, o "passe de saúde reforçado" será exigido em transportes, hotéis, esplanadas de restaurantes, feiras e congressos, além de piscinas e ginásios.
O decreto-lei também determinou que esses locais permanecerão abertos para os não vacinados, desde que apresentem um teste negativo.