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Israel torna regresso de habitantes ao norte o novo objetivo de guerra

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Abir Sultan - Reuters

Telavive tornou o regresso a casa dos cerca de 60 mil deslocados do norte, junto à fronteira com o Líbano, devido aos ataques constantes do Hezbollah o novo objetivo oficial de guerra, anunciou o gabinete do primeiro-ministro israelita em comunicado divulgado na segunda-feira à noite.

A decisão foi tomada pelo Gabinete de Segurança de Benjamin Netanyahu, horas depois de este ter afirmado a necessidade de uma "mudança radical na situação de segurança do norte" de Israel para conseguir "fazer regressar os cidadãos " israelitas, numa reunião com o enviado norte-americano, Amos Hochstein.

"O Gabinete de Segurança atualizou os objectivos da guerra para incluir o seguinte: regressar em segurança às suas casas os residentes do norte", indica o comunicado. "Israel continuará a atuar para concretizar este objetivo", acrescenta.

Desde o dia seguinte ao ataque do Hamas a Israel, no dia 7de outubro de 2023, que os combates transfronteiriços com os países vizinhos se intensificaram, nomeadamente na fronteira israelo-libanesa, a partir de onde o movimento xiita Hezbollah dispara quase diariamente contra posições israelitas, em solidariedade com o povo palestiniano o movimento islamita palestiniano Hamas.

Cerca de 60 mil pessoas foram evacuados no norte do país devido aos ataques do Hezbollah, apoiado pelo Irão, no vizinho Líbano. Para além da deslocação de dezenas de milhares de pessoas e de centenas de mortos, de ambos os lados, a intensificação dos combates israelo-libaneses fazem temer há meses o alastramento do conflito a toda a região do Médio Oriente.
"Única solução possível"
Washington opõe-se a uma escalada ou ofensiva militar contra o Líbano, mas o ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, defendeu na segunda-feira que a "ação militar" era "a única solução possível" para fazer regressar os habitantes do norte de Israel às suas casas.

“A possibilidade de um acordo está a esgotar-se, uma vez que o Hezbollah continua a "amarrar-se" ao Hamas e recusa-se a pôr termo ao conflito", pode ler-se no comunicado do Gabinete de Segurança, divulgado na segunda-feira. "Por isso, a única forma de garantir o regresso das comunidades do norte de Israel às suas casas será através de uma ação militar", acrescenta.

Do lado do Hezbollah, o número dois do movimento muçulmano xiita, Naïm Qassem, disse no sábado que a organização "não tinha qualquer intenção de ir para a guerra (mas) se Israel iniciar uma guerra, nós enfrentá-la-emos e as perdas serão enormes para nós e para eles".

O secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin, alertou recentemente para as consequências devastadoras de uma nova escalada - tanto para o povo de Israel, do Líbano e de toda a região - e a reafirmou a necessidade de um cessar-fogo e de um acordo sobre reféns, através de um comunicado do departamento de Defesa dos Estados Unidos.

A campanha de retaliação das forças israelitas contra o Hamas na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque cometido no dia 7 de outubro de 2023, já matou no enclave mais de 41 mil pessoas, segundo os últimos dados do ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. 

O Governo de Benjamin Netanyahu expandiu, na segunda-feira, os seus objetivos de guerra que pretendem "erradicar" o Hamas, resgatar todos os reféns feitos durante o ataque de 7 de outubro e garantir que a Faixa de Gaza deixe de constituir uma ameaça para Israel.

c/ agências
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