Dezenas de palestinianos mortos. Israel prossegue ataques em Gaza e no Líbano
Dezenas de palestinianos, na sua maioria crianças, foram mortos este domingo num ataque israelita a uma casa de família no norte da Faixa de Gaza. Na outra frente de combate, as forças israelitas lançaram várias incursões aéreas contra aldeias e localidades do sul e do leste do Líbano.
Também na Faixa de Gaza, devastada por mais de um ano de guerra, outro ataque israelita visou igualmente uma casa no bairro de Sabra, na cidade de Gaza, matando várias pessoas, acrescentaram os serviços de emergência locais.
Entre as vítimas mortais está Wael Al-Khour, um funcionário do Ministério do Bem-Estar Social, e sete outros membros da sua família, incluindo a sua mulher e filhos.
O exército israelita acrescentou que estava a analisar os relatórios sobre o ataque em Jabalia e no bairro de Sabra.O Ministério da Saúde da administração do Hamas em Gaza anunciou este domingo um novo balanço de 43.603 mortos, a maioria civis, no território palestiniano desde o início da guerra com Israel, há mais de um ano.
Pelo menos 51 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas, disse em comunicado, acrescentando que 102.929 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza desde o início da guerra, que foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.
Desde 6 de outubro, as tropas israelitas conduzem uma ofensiva aérea e terrestre contra o norte da Faixa de Gaza, nomeadamente em Jabalia, onde acreditam que o Hamas está a tentar reagrupar as suas forças.
Ao dizimar os seus dirigentes, o exército infligiu um duro golpe ao Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007, dois anos depois de Israel se ter retirado do território que ocupou durante 38 anos. Desde o início da guerra, Israel cercou os 2,4 milhões de habitantes de Gaza, a maior parte dos quais foram deslocados.
O território é um verdadeiro “inferno na terra” para um milhão de crianças que lá vivem, segundo a UNICEF em outubro.
Ataques israelitas a duas cidades libanesas
Este domingo, um ataque israelita atingiu uma casa em Baalbeck, a principal cidade do leste do Líbano, revelaram os meios de comunicação social estatais, que acrescentaram que as forças israelitas não lançaram qualquer apelo prévio de Israel à evacuação.
“Aviões inimigos lançaram um ataque contra uma casa no bairro de al-Lakkis” da cidade, informou a Agência Nacional de Notícias (Ani).
Também a aldeia xiita de Alamat , a norte de Beirute, situada numa região predominantemente cristã, foi este domingo alvo de ataques israelitas que provocaram pelo menos 20 mortos, incluindo três crianças, e seis feridos.
Durante a noite de sábado e a manhã de domingo, Israel efetuou uma série de ataques aéreos contra aldeias e localidades do sul e do leste do Líbano, onde o movimento do Hezbollah está bem implantado.
No sábado, os ataques aéreos israelitas no Líbano mataram pelo menos 40 pessoas, incluindo várias crianças, disseram as autoridades libanesas, depois de um pesado bombardeamento israelita ter atingido os subúrbios do sul da capital Beirute durante a noite.O Hezbollah, apoiado pelo Irão, anunciou mais de 20 operações no sábado, bem como uma que disse ter sido levada a cabo por combatentes no dia anterior contra uma fábrica militar a sul de Telavive.
O Ministério da Saúde revelou que duas crianças estavam entre os mortos. As operações de resgate estavam em curso e outras partes do corpo recuperadas no rescaldo do ataque seriam submetidas a testes de ADN para as identificar.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram ter atingido as infraestruturas do Hezbollah nas zonas de Tiro e Baalbek, incluindo combatentes, “apartamentos operacionais” e armazéns de armas.
Segundo o Ministério da Saúde libanês, os ataques israelitas mataram pelo menos 3.136 pessoas e feriram 13.979 no Líbano no último ano. O número de mortos inclui 619 mulheres e 194 crianças.
Israel tem estado envolvido em combates com o grupo armado libanês Hezbollah desde outubro de 2023, mas os combates aumentaram dramaticamente desde finais de setembro deste ano.
O movimento pró-iraniano abriu uma frente contra Israel em apoio ao seu aliado Hamas, na sequência do ataque do movimento islamita palestiniano a Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza.
Israel afirma que pretende neutralizar o Hezbollah nas regiões fronteiriças do sul do Líbano para permitir o regresso de 60 mil habitantes ao norte do seu território, deslocados pelos incessantes disparos de rockets desde o início da guerra em Gaza.
c/ agências