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Israel. Netanyahu e seus aliados obtêm maioria no parlamento

por Lusa
Ammar Awad - Reuters

O ex-primeiro-ministro israelita que mais tempo esteve no poder, Benjamin Netanyahu, e os seus aliados de direita obtiveram nas legislativas de 1 de novembro a maioria absoluta no Knesset (parlamento), anunciou esta quinta-feira a comissão eleitoral.

Com 32 mandatos para o Likud do ex-chefe de Governo Netanyahu, 18 para os partidos ultraortodoxos e 14 para uma aliança de extrema-direita, o bloco de direita conquistou nas eleições legislativas 64 assentos parlamentares, ou seja, mais três que o limiar da maioria, segundo a comissão eleitoral de Israel.

Em contrapartida, o bloco do primeiro-ministro cessante Yaïr Lapid, centrista, obteve 51 mandatos no Knesset, e este já contactou o seu adversário para o felicitar pela vitória.

Lapid tinha no ano passado afastado do poder Netanyahu (que era primeiro-ministro desde 2009), formando uma coligação com partidos de todas as tendências que depois acabou por implodir, levando à convocação destas legislativas - as quintas em três anos e meio, tendo nas três anteriores Netanyahu obtido a vitória, mas sem maioria para formar Governo.

"O primeiro-ministro Lapid saudou Netanyahu pela sua vitória nas eleições e informou o líder da oposição de que tinha dado instruções para preparar uma transição ordenada", indicou o seu porta-voz num comunicado.

"O Estado de Israel está acima de qualquer consideração política. Desejo a Netanyahu êxito, para o bem do povo de Israel e do Estado de Israel", declarou, por sua vez, o próprio Yaïr Lapid.

Esta coligação entre o Likud, dois partidos ultraortodoxos e a lista de extrema-direita "Sionismo Religioso" (com 14 lugares, um recorde no país), cuja vitória foi obtida apesar do indiciamento de Netanyahu por corrupção, poderá formar, segundo os analistas políticos, o Governo mais à direita da história do país.

A formação Yesh Atid (Há um Futuro, em tradução livre), do centrista Lapid, obteve 24 deputados, o seu aliado de centro-direita Benny Gantz 12 deputados, seguido de dez deputados para duas outras formações e de cinco para o partido árabe Raam, que também apoiou a sua coligação, obtendo, assim, um total de 51 assentos parlamentares.

Por sua vez, o partido árabe Hadash-Taal obteve cinco mandatos no Knesset.

De acordo com o sistema proporcional israelita, os partidos devem obter pelo menos 3,25% dos votos para terem assento parlamentar, um mínimo que lhes confere quatro deputados.

Ora, dois pequenos partidos adversários do bloco de Netanyahu, a formação de esquerda Meretz e o partido árabe Balad, conquistaram 3,16% e 2,90%, respetivamente.

Para o Meretz, que fazia parte da coligação de Lapid e cujos quatro deputados poderiam ter impedido a maioria de Netanyahu, o resultado é ainda mais penoso porque a formação falhou o limiar dos 3,25% por cerca de 4.000 votos.

Nos próximos dias, o Presidente da República israelita, Isaac Herzog, cuja função é sobretudo simbólica, deverá mandatar oficialmente Netanyahu para formar Governo. Este terá, então, 42 dias para distribuir as pastas e elaborar a lista do seu novo executivo.

 

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