EM DIRETO
Acompanhe na RTP1 e na Antena 1 o jogo dos oitavos de final entre Portugal e Eslovénia

Israel insiste que relatórios da ONU só visam isolá-la e proteger Hamas

por Lusa

Israel desvalorizou hoje o mais recente relatório do gabinete de Direitos Humanos da ONU sobre possíveis crimes contra a humanidade cometidos em Gaza, insistindo que o seu único objetivo é isolá-lo e "proteger ainda mais os terroristas do Hamas".

A reação da missão israelita junto das Nações Unidas em Genebra surge, em comunicado, pouco depois da divulgação de um relatório de avaliação sobre seis ataques realizados no ano passado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) em Gaza, "que resultaram num elevado número de mortes entre civis e a generalização de destruição de propriedade civil, levantando sérias preocupações no que diz respeito às leis da guerra".

À imagem do sucedido por ocasião de anteriores relatórios sobre o conflito em Gaza e na Cisjordânia, Israel reagiu acusando o gabinete de Direitos Humanos da ONU de "fazer eco do discurso do Hamas", o grupo terrorista responsável pelos ataques de 07 de outubro do ano passado, e considerando que o estudo "sofre de preconceitos metodológicos e posteriores aos factos" que comprometem a sua credibilidade.

De acordo com a missão israelita, liderada pelo embaixador Meirav Eilon Shahar, o relatório, que tem como "único objetivo castigar e isolar Israel", não aborda "a estratégia deliberada do Hamas" de "plantar sistemática e ilegalmente os seus meios militares em zonas povoadas", com a "intenção deliberada de causar o maior dano possível à população", além de "manipular as estatísticas sobre vítimas civis".

A ONU manifestou hoje "sérias preocupações" sobre o respeito às leis da guerra por parte do exército israelita, na conclusão de uma investigação focada em seis bombardeamentos realizados na Faixa de Gaza no ano passado pelo exército israelita, entre 09 de outubro e 02 de dezembro, que atingiram edifícios residenciais, campos de refugiados, uma escola e um mercado, provocando pelo menos 218 mortos.

"A obrigação de escolher meios e métodos de guerra que evitem ou, pelo menos, minimizem ao máximo os danos possíveis aos civis parece ter sido sistematicamente violada durante a campanha de bombardeamentos de Israel", comentou o alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e deixou mais de duas centenas de reféns na posse do grupo palestiniano, segundo Telavive.

A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 37 mil mortos e uma grave crise humanitária no enclave palestiniano, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.

Tópicos
pub