Israel diz ter intercetado míssil proveniente do Iémen

por RTP
F15 em movimento para conduzir ataques aéreos no Iémen Exército israelita via Reuters

Israel afirmou este domingo ter intercetado um míssil proveniente do Iémen que "se aproximava" do país, um dia depois de um ataque israelita no porto iemenita de Hodeida ter causado três mortos e mais de 80 feridos.

O míssil "não entrou em território israelita. As sirenes (...) foram ativadas devido à possibilidade de queda de estilhaços. O incidente terminou", indicou o exército israelita, em comunicado.

A defesa aérea "intercetou com êxito um míssil terra-terra" sobre o mar Vermelho, que "se aproximava do território israelita a partir do Iémen, utilizando o sistema Arrow 3 [de longo alcance]", acrescentou a mesma nota.

No sábado, aviões de guerra israelitas bombardearam o porto iemenita de Hodeida, causando três mortos e mais de 80 feridos, em retaliação ao ataque dos houthis, na sexta-feira, em Telavive, onde morreu uma pessoa.

"Três mártires e 87 feridos" com "queimaduras graves", indicou o Ministério da Saúde houthi, de acordo com a agência de notícias Saba, dirigida pelos rebeldes xiitas, apoiados pelo Irão, inimigo declarado de Israel.Ataques duram há meses


De acordo com os especialistas, estes são os primeiros ataques anunciados por Israel contra o Iémen, palco de uma guerra entre houthis e o Governo, situado a cerca de 1.800 quilómetros de Israel.

Os houthis, movimento xiita rebelde apoiado pelo Irão, estão a atacar há meses, ao largo das costas do Iémen, navios que consideram ligados a interesses israelitas, em solidariedade com os palestinianos de Gaza, e dispararam mísseis contra cidades israelitas, a grande maioria dos quais foi intercetada.

"Tenho uma mensagem para os inimigos de Israel: não se enganem. Defender-nos-emos por todos os meios, em todas as frentes. Quem nos atacar pagará um preço muito elevado", declarou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, num discurso transmitido pela televisão.

O exército israelita afirmou que os "aviões de guerra atingiram alvos militares do regime terrorista houthi na região do porto de Hodeida, em resposta às centenas de ataques perpetrados contra Israel" pelos rebeldes.

Este porto, essencial sobretudo para a ajuda humanitária, serve de "principal via de abastecimento de armas iranianas do Irão para o Iémen, a começar pelo drone utilizado no ataque de Telavive", acusou o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari.

"A entidade sionista pagará o preço dos seus ataques contra instalações civis e nós responderemos à escalada com a escalada", avisou Mohammed al-Bukhaiti, membro do gabinete político dos houthis,
que controlam vastas zonas do Iémen, incluindo Hodeida (oeste).

Os houthis integram o chamado "eixo de resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que faz parte também, entre outros, o grupo islamita palestiniano Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque do grupo palestiniano em solo israelita, em 7 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns. Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que provocou mais de 38 mil mortos e a destruição de grande parte das infraestruturas do enclave palestiniano governado pelo Hamas desde 2007.

c/ Lusa

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