O responsável do Shin Bet, agência de segurança interna israelita, garantiu hoje que o Hamas está "entrincheirado" no sul do Líbano há anos, uma situação que tende a intensificar-se à medida que é deslocado da Faixa de Gaza.
O chefe da agência de informação sublinhou que, dada a constante troca de tiros na fronteira entre Israel e o Líbano desde 08 de outubro, principalmente com o Hezbollah, mas também com o Hamas, "a defesa [de Israel] deve realizar-se nos dois lados da fronteira com liberdade de ação".
Israel afirma ter matado cerca de 17 mil militantes do Hamas e de outros grupos islamitas num ano de guerra na Faixa de Gaza, e centenas na Cisjordânia, ao mesmo tempo que eliminou cerca de 800 combatentes do Hezbollah, metade deles nas últimas duas semanas, quando o conflito no Líbano se intensificou.
O chefe do Shin Bet visitou as tropas israelitas no sul do Líbano juntamente com o chefe do Estado-Maior General, Herzi Halevi.
Halevi garantiu que Israel "não irá parar até ter a certeza que todos poderão regressar com segurança ao norte", de onde foram retirados cidadãos israelitas há um ano, quando começou o fogo cruzado com o Hezbollah.
"Atualmente temos sete divisões a operar no terreno: três na Faixa de Gaza (ao sul, centro e norte do enclave palestiniano) e quatro divisões a operar aqui, enquanto as FDI estão ativas em muitas outras áreas com as forças terrestres e aéreas, com o serviço de informações e operações especiais em vários cenários", disse Halevi.
O líder militar explicou que as suas tropas "estão a operar em todos os cenários: tanto no Vale do Bekaa como em Beirute, e tanto nos flancos norte como sul do rio Litani, de forma muito eficaz".
Israel e o grupo xiita libanês estão envolvidos numa troca de tiros há mais de um ano, paralelamente à guerra que acontece em Gaza com o Hamas. O exército israelita intensificou os seus bombardeamentos no país vizinho e lançou uma incursão terrestre que provocou mais de 2.100 mortos e 11.000 feridos no Líbano.
Na noite de quinta-feira, a aviação israelita lançou um bombardeamento no centro de Beirute, visando Wafiq Safa, chefe da unidade de ligação do Hezbollah, que aparentemente saiu ileso, mas em que morreram outras 22 pessoas.
Israel já matou o principal líder do grupo xiita, Hassan Nasrallah, há duas semanas, e outros altos responsáveis.