Em paralelo, o Irão e grupos xiitas pró-iranianos, o libanês Hezbollah e os Huthis do Iémen, manifestaram abertamente o seu apoio às milícias palestinianas contra o Estado judaico.
A Liga Árabe, que inclui 22 Estados, advertiu em comunicado que "o ciclo de confrontos armados entre palestinianos e israelitas afasta a região de qualquer oportunidade real de garantir a estabilidade ou a paz num futuro próximo".
O secretário-geral do organismo pan-árabe, Ahmed Abulgheit, apelou ao "fim imediato das operações militares em Gaza", após recordar que "tinha advertido repetidamente que a adoção de políticas violentas e extremistas por Israel equivale a uma bomba ao retardador".
Segundo o último balanço de vítimas, 100 pessoas foram mortas em Israel e mais de 900 ficaram feridas na sequência do ataque surpresa lançado por terra, mar e ar a partir da Faixa de Gaza pelo grupo islamista Hamas.
Em resposta, Israel declarou o estado de guerra e iniciou uma série de bombardeamentos aéreos em Gaza, onde fontes sanitárias palestinianas se referiram à morte de pelo menos 200 pessoas e 1.160 feridos.
O Egito, que assinou um acordo de paz com Israel em 1979 e é um mediador decisivo entre este país e a Palestina, disse manter "contactos intensos centrados em setores internacionais influentes para garantir esforços unificados e consistentes (...) e prevenir que a situação fique fora de controlo".
O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Sameh Shokri, abordou "os esforços para conter a escalada" com as suas homólogas da França e Alemanha, Catherine Colonna e Annalena Baerbock, e ainda com o alto representante para a política externa da União Europeia, Josep Borrell, indicou o Ministério em comunicado.
Shokr manteve contactos similares com os seus homólogos da Jordânia, Ayman al Safadi, e dos Emirados Árabes Unidos, Abdala bin Zayed, cujos países também assinaram acordos de paz com Israel em 1994 e 2020.
O Egito, à semelhança de outros atores regionais como o Qatar, liderou os esforços de mediação em maio passado para uma trégua entre Israel e as milícias palestinianas de Gaza após cinco dias de uma intensa escalada que provocou 35 mortos, na larga maioria palestinianos, e elevados danos no empobrecido enclave de dois milhões de habitantes, submetido a um bloqueio total desde 2007 pelos israelitas e ainda pelo Egito.
O Qatar, o principal apoio árabe aos palestinianos, responsabilizou hoje "unicamente Israel" pela nova escalada devido às suas "contínuas violações dos direitos do povo palestiniano", e pediu às duas partes para demonstrarem a "máxima contenção".
O Governo iraquiano, liderado pelo primeiro-ministro Mohamed Shia al Sudani, manifestou uma posição semelhante, ao considerar que "as operações que hoje o povo palestiniano está a efetuar são um resultado natural da sistemática opressão a que foi submetido pela ocupação sionista".
Al Sudani apelou ainda à Liga Árabe para promover uma reunião de emergência "para discutir a perigosa situação nos territórios palestinianos", e que "afetará a estabilidade da região".
O Governo do Irão, um país não árabe e líder do movimento xiita, "felicitou a grande nação Palestina e todos os grupos anti-sionistas pela operação Tempestade Al-Aqsa", desencadeada pelo Hans contra Israel, indicou a agência noticiosa iraniana ISNA.
Em comunicado, o movimento xiita libanês Hezbollah também pediu o apoio "árabe e islâmico" às milícias palestinianas, e exortou os grupos à "resistência" e a "uma unidade com sangue, palavra e ação" contra o Estado judaico.
No Iémen, os rebeldes Huthis xiitas, que desde 2014 controlam a capital Sanaa e vastas regiões do centro e norte do país, promoveram uma manifestação com milhares de pessoas na capital iemenita num apoio ao Hamas.
O grupo islâmico Hamas lançou hoje um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade Al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas.