As Forças de Defesa de Israel desencadearam na última noite uma vaga de bombardeamentos sobre alegadas posições da unidade de elite dos Guardas Revolucionários do Irão nos arredores da capital síria, Damasco. Foram também atingidos componentes da defesa antiaérea do regime de Bashar al-Assad. Há notícia de pelo menos 11 mortos.
Os bombardeamentos seguiram-se ao disparo, na véspera, de um rocket a partir da Síria contra os Montes Golã – região anexada por Israel depois da Guerra dos Seis Dias de 1967. O projétil foi intercetado pelo sistema defensivo Cúpula de Ferro.
Por sua vez, as forças leais a Bashar al-Assad afiançam ter abatido a maior parte dos mísseis lançados por Israel. Ainda assim, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização com escritórios em Londres, terão morrido pelo menos 11 combatentes pró-regime.
Num gesto pouco comum, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) anunciaram no Twitter o início dos ataques contra a Força Quds.
“Começámos a atingir alvos iranianos da Quds em território sírio. Advertimos as Forças Armadas sírias contra qualquer tentativa de atingir forças ou território israelitas”, lê-se no tweet israelita.
During our strike, dozens of Syrian surface-to-air missiles were launched, despite clear warnings to avoid such fire. In response, we also targeted several of the Syrian Armed Forces' aerial defense batteries. pic.twitter.com/rHxJqqpI9n
— Israel Defense Forces (@IDF) 21 de janeiro de 2019
“Ao disparar contra civis israelitas, o Irão provou uma vez mais que está a tentar entrincheirar-se na Síria, colocando em perigo o Estado de Israel e a estabilidade regional. Vamos continuar a operar de forma determinada para contrariar estas tentativas”, afirmaram mais tarde, em comunicado, as IDF.
Israel responsabiliza diretamente a República Islâmica “por tudo o que está a acontecer na Síria”.A reação síria
Fonte das forças pró-Assad, citadas pela agência estatal síria Sana, confirmou que as defesas antiaéreas do país responderam a um ataque israelita, “impedindo-o de atingir os seus objetivos”.O Observatório Sírio para os Direitos Humanos indica que os bombardeamentos israelitas visaram paióis das forças iranianas e do Hezbollah xiita libanês.
“As nossas defesas lidaram com a situação e intercetaram os mísseis hostis, derrubando a maior parte deles antes de atingirem os seus alvos, e continuam a resposta heroica à agressão”, reagiu a mesma fonte, sem dar nota de quaisquer baixas.
Também ao lado do Governo sírio, as forças russas deram conta de mais de três dezenas de mísseis abatidos pelas defesas de Damasco. Confirmaram ainda que houve danos parciais na “infraestrutura” do Aeroporto Internacional da cidade, além das mortes de pelo menos seis soldados sírios.
O último bombardeamento israelita sobre alvos sírios ocorrera há pouco mais de uma semana. A 13 de janeiro, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reconhecia que a aviação do Estado hebraico atacara, dois dias antes, “depósitos de armas” iranianas no Aeroporto de Damasco.
Em Teerão, o brigadeiro-general da Força Aérea iraniana Aziz Nasirzadeh veio entretanto clamar que o país está “totalmente preparado e impaciente para confrontar o regime sionista e eliminá-lo da Terra”. Declarações reproduzidas pelo portal iraniano Young Journalists Club, tutelado pela televisão estatal.
c/ agências
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