Israel ataca "por terra, mar e ar". Guerra na Faixa de Gaza soma 90 dias e mais de 22.300 mortos
A guerra na Faixa de Gaza completa esta quinta-feira 90 dias sem indícios de qualquer abrandamento dos ataques da máquina de guerra israelita.
A agência palestiniana Wafa adiantou que "dezenas de cidadãos, incluindo crianças e mulheres, morreram" esta quinta-feira em ataques israelitas que prosseguem "por terra, mar e ar".
Em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, pelo menos 14 pessoas morreram num ataque à casa de uma família palestiniana que albergava deslocados internos.Caças israelitas "bombardearam zonas agrícolas" no oeste de Khan Younis. Morreram pelo menos seis pessoas neste raid aéreo.
Também as instalações da Sociedade do Crescente Vermelho Palestiniano em Khan Younis foram visadas pelas tropas israelitas, num ataque que provocou um morto e um número indeterminado de feridos.
A Wafa dá também conta de ataques sobre o campo de refugiados de Al-Maghazi e a cidade de Al-Masdar, no centro da Faixa de Gaza, que terão causado as mortes de dezenas de pessoas. Haverá "ainda pessoas desaparecidas debaixo dos escombros", acrescenta a agência.
Em 90 dias de guerra, o número de mortos na Faixa de Gaza superou já os 22.300, entre os quais 9.600 crianças e pelo menos 6.750 mulheres. O número de desaparecidos ronda os sete mil.
Frente libanesa
O chefe do Estado-Maior do Exército do Estado hebraico, Herzi Halevi, deslocou-se na quarta-feira à região da fronteira com o Líbano, um dia depois da morte do número dois da cúpula política do Hamas, Saleh al-Arouri, num ataque perpetrado em Beirute e atribuído a Israel.
Em comunicado, o Tsahal enfatizou que as forças israelitas estão concentradas na fronteira setentrional num "momento de preparação muito forte". De resto, o tenente-general Herzi Halevi quis frisar que esta preparação está "no ponto mais alto".As forças de Israel voltarm a atacar posições Hezbollah, movimento xiita libanês apoiado pelo Irão, em resposta ao lançamento de rockets a partir do sul do país vizinho.
O Hezbollah afiançou que não deixará "impune" o ataque com um drone contra um gabinete do Hamas nos arredores de Beirute que matou al-Arouri e outros seis dirigentes do movimento radical palestiniano.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, assinalou, por sua vez, que "este novo crime israelita tem por objetivo arrastar o Líbano para uma nova fase de confrontos depois dos contínuos ataques diários no sul, que provocaram grande número de mártires e feridos", anunciando uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU "no contexto do flagrante ataque à soberania libanesa".
O exército israelita não assumiu a responsabilidade pelo ataque, limitando-se a declarar estar preparado para "qualquer cenário".
c/ AFP e Lusa