Israel ataca centro de Beirute e mantém campanha no sul do Líbano

por Lusa

As forças israelitas lançaram hoje vários bombardeamentos contra alvos do movimento xiita Hezbollah em Beirute, incluindo no centro histórico, pela segunda vez num ano de confrontos, mantendo também a sua ofensiva no sul do país vizinho.

Fonte do Hezbollah relatou hoje à noite onze ataques consecutivos no sul de Beirute, um bastião do movimento pró-iraniano, enquanto correspondentes da agência France-Presse (AFP) na capital ouviam fortes explosões.

O bombardeamento foi tão violento que fez soar os alarmes dos carros e sacudiu edifícios dentro e à volta de Beirute, de acordo com a AFP.

O porta-voz árabe das FDI tinha divulgado hoje à noite imagens do Burj al Barajna, com dois edifícios assinalados a vermelho, pedindo à população para se afastar destes locais. Foi a segunda vez que Israel atacou hoje este bairro.

Durante o dia as Forças de Defesa de Israel (FDI) reportaram quinze bombardeamentos, incluindo um ataque aéreo contra o quartel-general dos serviços de informação do grupo xiita Hezbollah em Beirute e também contra o escritório do seu órgão de comunicação social na mesma cidade.

Segundo o Ministério da Saúde Pública libanês, pelo menos nove pessoas morreram e catorze ficaram feridas no ataque, embora tenham detalhado que estão a analisar os restos de ADN encontrados no local para determinar a contagem final de mortos.

As FDI não especificaram nos seus comunicados quais os bairros de Beirute que foram atacados, mas referiram que os alvos atingidos incluíam vários centros de produção e armazenamento de armas e "outras infraestruturas".

Em Beirute, segundo as FDI, foram atacados os centros de comando do Hezbollah e as operações de inteligência e recolha de informações.

Simultaneamente, Israel continuou os seus intensos bombardeamentos no sul e no leste do Líbano, onde se encontram os principais bastiões do Hezbollah.

Um soldado libanês foi morto num ataque israelita a uma caravana da Cruz Vermelha Libanesa que evacuava vítimas no sul do país, onde quatro voluntários e outro soldado também ficaram feridos.

Em plena ofensiva terrestre, o Exército israelita ordenou hoje a evacuação de cerca de vinte cidades no sul do Líbano, incluindo a cidade de Nabatieh, uma das mais atingidas pelos bombardeamentos israelitas nas últimas semanas.

É a terceira vez que as forças israelitas apelam à evacuação de cidades no sul do Líbano desde que a incursão terrestre começou na noite de segunda-feira.

Em todos os casos, Israel pediu aos civis que se dirigissem para norte do rio Awali, a mais de 50 quilómetros da fronteira e muito mais a norte do rio Litani (30 quilómetros), que marca a zona desmilitarizada designada pela ONU após a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah, onde não deveria existir qualquer presença armada para além das autoridades libanesas e da missão das Nações Unidas no país (UNIFIL).

Israel afirmou ainda ter morto cerca de 60 combatentes do Hezbollah e ter atingido cerca de 200 "alvos" do Hezbollah em território libanês no último dia.

Já o Ministério da Saúde libanês adiantou que pelo menos 37 pessoas morreram hoje e outras 151 ficaram feridas nas regiões do sul do Líbano, Nabatieh (sul) e Bekaa (leste) em consequência dos ataques israelitas, que causaram quase 2.000 vítimas mortais no último ano, a maioria nos últimos dias.

O Hezbollah contra-atacou lançando pelo menos 120 `rockets` contra o território israelita, vários deles contra a Alta Galileia, onde soaram os alarmes antiaéreos. Alguns foram intercetados e outros tiveram impacto.

Os rebeldes xiitas Huthis do Iémen assumiram também hoje a responsabilidade por um novo ataque com "vários drones" contra Telavive, que "alcançou com sucesso o seu objetivo".

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