O Governo israelita aprovou medidas que poderão garantir mais ajuda humanitária à população em Gaza. O gabinete de Benjamin Netanyahu anunciou a reabertura da passagem de Erez para o norte do território e o acesso temporário do porto de Ashdod, no sul de Israel, seguindo as exigências dos Estados Unidos.
A Porta de Erez, no norte de Gaza, será reaberta temporariamente pela primeira vez desde o início da guerra e o Porto de Ashdod, parcialmente destruído pelo Hamas no ataque de 7 de outubro, também será aberto para entregas humanitárias. Foi ainda decidido que poderá entrar mais ajuda no território vindo da Jordânia através da passagem Kerem Shalom.O gabinete de guerra autorizou o Governo a “tomar medidas imediatas para aumentar a ajuda humanitária” com a finalidade de “evitar uma crise humanitária” e “assegurar a continuação dos combates”, referiu ainda o gabinete do primeiro-ministro.
A decisão foi anunciada horas depois de Joe Biden ter advertido de que o apoio norte-americano a Israel podia vir a depender da aplicação, ou não, de medidas concretas para proteger civis e trabalhadores humanitários.
Na quinta-feira, a Casa Branca instou mesmo Israel a implementar “rapidamente e completamente” a entrega de ajuda humanitária a Gaza, prometida pelo primeiro-ministro israelita. "Estas medidas, que incluem o compromisso de abrir o porto de Ashdod, a abertura do ponto de passagem de Erez e o aumento significativo nas entregas de ajuda da Jordânia diretamente para Gaza devem agora ser implementadas rapidamente e completamente”, frisou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, também em comunicado.
O presidente norte-americano, lê-se ainda no documento, “deixou claro que a política dos EUA em relação a Gaza será determinada pela nossa avaliação da ação imediata de Israel nestas etapas”.
Depois de sete trabalhadores humanitários terem sido mortos num ataque israelita, que o Governo assumiu como um “erro grave”, e da consternação internacional, os EUA mudaram a abordagem política ao conflito israelo-palestiniano, pondo em causa o apoio norte-americano a Israel para pressionar o governo de Netanyahu a tomar medidas. Já esta semana, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, admitiu que haveria uma mudança na política dos EUA se não houvesse mudanças por parte de Israel.
“Neste momento, não há maior prioridade em Gaza do que proteger os civis, aumentar a ajuda humanitária e garantir a segurança daqueles que a prestam. Israel deve enfrentar este momento”, frisou Blinken.