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Iron Dome. Como funciona o principal sistema de defesa antiaérea de Israel?

por Joana Raposo Santos - RTP
O Iron Dome foi desenhado para proteger contra armas de curto alcance, conseguindo operar em quaisquer condições atmosféricas. Amir Cohen - Reuters

Israel abateu a maior parte dos 300 drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro enviados pelo Irão num ataque que já foi considerado como "sem precedentes", mas tal não teria sido possível sem um dos melhores sistemas de defesa antiaérea a nível mundial. No centro desse sistema encontra-se o Iron Dome, também conhecido como Cúpula de Ferro. Em que consiste este sistema?

O Iron Dome foi desenhado para proteger contra armas de curto alcance, conseguindo operar em quaisquer condições atmosféricas. Este sistema usa radares para localizar rockets, drones ou mísseis e consegue diferenciar quais destes dispositivos são suscetíveis de atingir áreas habitadas. Deste modo, só interceta os que colocam em risco pessoas ou construções.

O sistema consiste em várias baterias localizadas em Israel, cada uma delas com três a quatro lançadores capazes de dispararem 20 mísseis intercetores. Esses mísseis, ao serem disparados, percorrem um trajeto em arco – o que explica o nome “cúpula” (“dome”). Nesse trajeto, acabam por embater nos mísseis ou drones lançados pelo inimigo, destruindo-os.

O sistema começou a ser desenvolvido em 2006, após o conflito entre Israel e o grupo militante Hezbollah, do sul do Líbano. Nessa altura, os milhares de rockets lançados pelo grupo mataram dezenas de pessoas em Israel.

O Iron Dome tornou-se operacional em 2011 e teve o seu primeiro grande teste, durante oito dias, em novembro de 2014, quando foram disparados a partir de Gaza cerca de 1.500 rockets contra Israel. Na altura, as autoridades israelitas falaram numa taxa de sucesso de até 90 por cento.O Iron Dome foi atualizado em 2021, mas os detalhes das mudanças não foram divulgados por Israel. Neste momento, Israel tem dez destes sistemas em operação.

Segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, com sede em Washington, o custo de produção de cada intercetor do Iron Dome fixa-se entre os 40 mil e 50 mil dólares. Um sistema completo, incluindo os radares, computadores e três a quatro lançadores, custa, por sua vez, cerca de 100 milhões de dólares.

O Iron Dome representa um dos pilares estratégicos da aliança entre Telavive e os Estados Unidos. No ano passado, apenas dois dias após o ataque de 7 de outubro pelo Hamas, o Governo de Benjamin Netanyahu pediu a Washington mais munições para os seus aviões de combate e mais intercetores para o Iron Dome.

Os intercetores do sistema possuem 15 centímetros de largura e três metros de comprimento, reunindo vários pequenos sensores que detetam os projéteis de curto alcance. Para combater dispositivos de longo alcance, Israel depende de outro sistema: o Arrow.

O Arrow ("Flecha") foi concebido para intercetar mísseis balísticos armados com bombas nucleares ou de outro tipo fora da atmosfera terrestre. Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, declarou este domingo que este sistema foi bem-sucedido “contra um número significativo de mísseis balísticos” disparados pelo Irão.

c/ agências
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