O presidente iraquiano e o parlamento condenaram o ataque iraniano às forças norte-americanas em retaliação pela morte do general Qassem Soleimani, na madrugada desta quarta-feira, pedindo aos EUA e ao Irão que não transformem o Iraque num "campo de batalha".
"Denunciamos o bombardeamento de mísseis iranianos que atingiram instalações militares no território iraquiano e reforçamos a nossa rejeição à repetida violação da soberania do Estado e à transformação do Iraque num campo de batalha", declarou Salih em comunicado.
Bagdade "declarou anteriormente recusar ser um ponto de partido para a agressão contra qualquer país e também recusa ser fonte de ameaça para qualquer um dos seus vizinhos", lê-se no comunicado da presidência iraquiana.
Também o presidente do Parlamento iraquiano, Mohamed al-Halbusi, condenou os ataques do Irão às bases de coligação internacional no Iraque, esta quarta-feira.
"Condenamos a violação iraniana da soberania iraquiana esta madrugada. Confirmamos a nossa rejeição absoluta a que as partes em conflito usem território iraquiano para ajustar contas", afirmou Al-Halbusi.
O parlamento iraquiano já tinha aprovado uma resolução pedindo a retirada do país das tropas estrangeiras, incluindo cerca de 5200 militares norte-americanos, após a morte do general Qassem Soleimani.
"Segurança interna" é prioridade do Iraque
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraquiano condenou o ataque de retaliação do Irão e convocou uma reunião com o embaixador de Teerão em Bagdade.
Num comunicado, o ministério declara que "rejeita esses ataques e considera uma violação da soberania iraquiana", sublinhando que "o Iraque é um Estado independente e que sua segurança interna é a sua prioridade".
"Não permitiremos que se torne num campo de batalha", reforçou também o ministério iraquiano.
O ataque, reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma "operação de vingança" pelo assassínio de Soleimani, matou "pelo menos 80 militares norte-americanos".