Irão. Washington pede reunião do Conselho de Segurança

por Paulo Alexandre Amaral - RTP
Os diplomatas norte-americanos estão preparados para “dar nova informação ao Conselho sobre os últimos desenvolvimentos relativamente ao Irão e apresentar novos elementos da investigação [norte-americana] ao ataque aos petroleiros” Jonathan Ernst - Reuters

Diplomatas avançaram esta sexta-feira que os Estados Unidos pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um encontro à porta fechada para discutir o dossier iraniano. Washington pretende reunir os membros daquele órgão na segunda-feira, supostamente para apresentar nova informação sobre os ataques aos petroleiros.

De acordo com a Reuters, os diplomatas norte-americanos estão preparados para “dar nova informação ao Conselho sobre os últimos desenvolvimentos relativamente ao Irão e apresentar novos elementos da investigação [norte-americana] ao ataque aos petroleiros”. Esta informação estará contida numa nota da missão dos Estados Unidos aos restantes membros do Conselho de Segurança.

Estes novos elementos da escalada de tensão entre Teerão e Washington surgem escassas horas depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter admitido que chamou os aviões e parou um ataque contra o Irão quando as máquinas de guerra estavam já no ar a caminho dos objetivos.

Tratava-se da resposta dos Estados Unidos ao abate de um drone norte-americano pelas forças iranianas. Trump justificou a chamada dos aviões com a possibilidade de o ataque vir a matar centena e meia de pessoas, o que “seria uma resposta desproporcionada”.


O próprio Presidente explicou que depois de questionar os seus generais sobre a estimativa de baixas num ataque como o que foi preparado, “eles vieram e disseram aproximadamente 150 e eu pensei nisso um segundo. E então eu disse: Sabem? Eles deitaram abaixo um drone não-tripulado… e nós estamos aqui a falar da morte de 150 pessoas. Não me agradou. Acho que é desproporcionado”.
"Ainda bem que voltou atrás"

A decisão de cancelar o ataque contra o Irão mereceu a aprovação da democrata Nancy Pelosi, presidente (speaker) da Casa dos Representantes. Pelosi acredita que os efeitos colaterais poderiam ser “muito provocadores”.

“Um ataque com esta carga de efeitos colaterais seria muito provocatório e ainda bem que o Presidente voltou atrás”, declarou a líder da câmara, sublinhando a necessidade de o presidente Trump ir ao Congresso para obter uma autorização antes de qualquer acção militar contra Teerão.

Entretanto, sabe-se também que Trump já falou com os seus maiores aliados na região, os sauditas. Depois de as novas fricções com Teerão terem feito subir os preços do petróleo, o Presidente norte-americano falou, já esta sexta-feira, com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Na agenda desta conversa terá estado a estabilidade do Médio Oriente e o mercado do crude.

Num comunicado cujo propósito seria mais enviar um recado a Teerão e aliados do que adiantar informação vital a compreender a atual conjuntura da região, a Casa Branca fez saber que “os dois líderes discutiram o papel crucial da Arábia Saudita para a estabilidade de região do Médio Oriente e no mercado internacional do petróleo. Discutiram ainda a ameaça colocada pela escalada do regime iraniano”.
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