O Irão vai cortar o acesso de todos os cidadãos à Internet no próximo mês de Agosto e planeia criar uma "Internet limpa", exclusivamente nacional. O anúncio foi feito na semana passada pelo ministro iraniano da Informação e da Tecnologia das Comunicações, Reza Taghipour.
O Governo iraniano já iniciou o processo de registo para os utilizadores obterem um endereço no Iran Mail, que obriga à apresentação de uma série de dociumentos que provem a sua identidade, como morada e nome completo. A autorização só é dada depois de verificada a autenticidade da informação.
O primeiro aviso sobre esta retirada do Irão da Internet já tinha sido dado no passado mês de Julho pelo ministro Reza Taghipour, cujo nome consta, desde 23 de Março deste ano, de uma lista de sanções da União Europeia por envolvimento em várias atrocidades e crimes contra os direitos humanos.
A partir de Agosto, a Internet no Irão funcionará como uma rede privada de uma empresa, onde os administradores de sistemas podem determinar que sites são acessíveis e que sites estão inacessíveis aos seus funcionários. Os fornecedores de acesso terão de respeitar as determinações do Governo, sob pena de sanções, o que tornará o acesso ao exterior praticamente impossível.
Segundo as informações recolhidas por vários sites especializados, as ligações a sites estrangeiros serão permitidas apenas se esses sites estiverem numa lista considerada segura pelo Governo. A razão é simples: segundo Taghipour, a Internet "promove o crime, a desunião, os conteúdos imorais e o ateísmo", pelo que o objetivo do Governo deve ser eliminar esse "flagelo".