O Presidente iraniano declarou este domingo que o Estado não deve "permitir a insegurança" face aos "tumultos" desencadeados na sexta-feira à noite em várias cidades do Irão após o anúncio de um forte aumento do preço da gasolina.
"Manifestar o seu descontentamento é um direito, mas a manifestação é uma coisa e o tumulto é outra", disse Hassan Rohani durante o Conselho de Ministros, segundo um comunicado da presidência.
"Não devemos permitir a insegurança na sociedade", defendeu o Presidente.
Pelo menos duas pessoas, um polícia e um civil, morreram no Irão durante as violentas manifestações contra o elevado aumento do preço da gasolina anunciado na sexta-feira pelo governo.
A propósito desse anúncio, Rohani explicou aos ministros que o Estado não tinha outra solução para ajudar as "famílias de rendimento médio e baixo que sofrem com a situação económica criada pelas sanções" norte-americanas, adianta o comunicado.
De acordo com o plano anunciado pelo governo, o preço da gasolina, bastante subsidiada no Irão, deve aumentar 50% para 15.000 riais (11 cêntimos de euro) para os primeiros 60 litros adquiridos cada mês e 300% além disso.
As receitas da subida dos preços destinam-se a subsidiar 60 milhões de iranianos com necessidades, declarou o responsável pela Planificação e Orçamento, Mohammad Bagher Nobakht, citado pela Irna.
O Irão, com 83 milhões de habitantes, registou uma quebra da sua moeda, o rial, ligada à parte às sanções económicas restabelecidas a partir de meados de 2018 pelos Estados Unidos, após a sua retirada unilateral do acordo internacional sobre o nuclear iraniano de 2015.
A inflação na República Islâmica é superior a 40% e, segundo o Fundo Monetário Internacional, a economia deve contrair-se 9% este ano, antes de registar um crescimento de 0% em 2020.