O ministro dos Serviços de Informações do Irão advertiu hoje o Ocidente de que o seu país pode tentar obter a arma nuclear se as sanções internacionais que o paralisam continuarem em vigor, indicou hoje a televisão estatal.
As declarações de Mahmoud Alavi marcam uma rara ocasião em que um responsável do governo indica que o Irão pode mudar o rumo do seu programa nuclear. Teerão insiste há muito que o programa tem apenas fins pacíficos.
Uma `fatwa` (ordem religiosa) de 1990, do líder supremo, o `ayatollah` Ali Khamenei, afirma que as armas nucleares são proibidas.
"O nosso programa nuclear é pacífico e a `fatwa` do líder supremo proibiu as armas nucleares, mas se empurram o Irão nessa direção, então não seria culpa do Irão, mas daqueles que o pressionaram", afirmou Alavi.
"Se um gato está encurralado pode mostrar um tipo de comportamento que um gato livre não teria", disse, embora adiantando que o Irão não tem planos neste momento para avançar em direção a uma arma nuclear.
Khamenei pediu no domingo aos Estados Unidos para levantarem todas as sanções se quiserem que o Irão cumpra os compromissos do acordo nuclear de 2015 com as potências mundiais. No entanto, o presidente Joe Biden disse que Washington não dará o primeiro passo.
Um ano depois de o presidente Donald Trump ter retirado os Estados Unidos do acordo nuclear e ter restabelecido duras sanções à República Islâmica, Teerão começou gradualmente a deixar de cumprir os seus compromissos no pacto, relativos por exemplo às reservas de urânio permitidas e ao seu nível de enriquecimento.
O Irão insiste que todas as violações do acordo são facilmente reversíveis.