Os ministros dos negócios estrangeiros do Irão e do Bahrain concordaram em retomar as relações diplomáticas entre os dois países, cortadas desde 2016 após ataques às missões diplomáticas da Arábia Saudita no Irão.
O ministro interino dos Negócios Estrangeiros do Irão, Ali Bagheri, e o homólogo do Bahrain, Abdulatif bin Rashid al Zayani, reuniram-se no domingo, em Teerão, à margem do Fórum de Diálogo de Cooperação Asiática.
Os dois diplomatas "concordaram em criar os mecanismos necessários para iniciar conversações entre os dois países, a fim de estudar como retomar as relações políticas", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.
Bagheri e Al Zayani destacaram as "relações fraternas históricas" entre o Irão e o Bahrain, além dos "laços religiosos, vizinhança, história comum e interesses mútuos", de acordo com um comunicado.
Manama cortou as relações diplomáticas com Teerão em 2016, seguindo os passos de vários países árabes, na sequência de ataques de manifestantes contra as missões diplomáticas da Arábia Saudita no Irão, em protesto contra a execução de um proeminente clérigo xiita saudita.
Mas já havia tensões entre os dois países, com o Bahrain a acusar em diversas ocasiões o Irão de apoiar os protestos de 2011, na sequência da chamada Primavera Árabe, algo negado por Teerão, que tinha vindo a exigir que Manama respeitasse os direitos da minoria xiita.
No final de 2021, as autoridades do Bahrain, governado por uma dinastia sunita, anunciaram a detenção de "elementos terroristas" ligados ao vizinho Irão, bem como a apreensão de "armas e explosivos".
Em setembro de 2022, os Emirados Árabes Unidos voltaram a enviar um embaixador para Teerão, enquanto a Arábia Saudita retomou as relações com o Irão em março de 2023, depois de uma reunião em Pequim.
O Bahrain é um dos principais parceiros dos Estados Unidos no Médio Oriente e assinou, juntamente com os Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão, os acordos promovidos em 2020 pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump.
O Bahrain foi o único país árabe a juntar-se à coligação militar, liderada pelos Estados Unidos, para proteger o mar Vermelho de ataques dos rebeldes Huthis do Iémen, que pertencem ao autodenominado "eixo de resistência", juntamente com o Irão, a Síria e os grupos xiita libanês Hezbollah e sunita palestiniano Hamas.