Investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço descobrem bário nas atmosferas de exoplanetas
É mais um avanço na pesquisa das composições químicas de planetas fora do sistema solar. Após uma análise espectral de atmosferas, realizada pela equipa liderada por investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, os cientistas envolvidos neste processo descobriram a existência do elemento químico Bário nos exoplanetas gigantes gasosos ultra-quentes WASP-76 b e WASP-121 b.
A equipa, composta por nove elementos, ficou surpreendida por descobrir este elemento químico, que é 2,5 vezes mais pesado do que o ferro, na alta atmosfera destes exoplanetas. “Dada a elevada gravidade dos planetas, esperaríamos que elementos pesados como o bário caíssem rapidamente nas camadas mais inferiores da atmosfera”, explica Olivier Demangeon (IA & DFA-FCUP), coautor do artigo.
A análise da composição da atmosfera destes dois exoplanetas só foi possível graças à extrema precisão do espectrógrafo ESPRESSO, um equipamento de alta resolução instalado no telescópio VLT do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Cerro Paranal (Chile).
A participação do IA no ESPRESSO faz parte de uma estratégia mais abrangente para promover a investigação em exoplanetas em Portugal, através da construção, desenvolvimento e definição científica de vários instrumentos e missões espaciais, como a missão Cheops (ESA), já em órbita. Esta estratégia irá continuar durante os próximos anos, com o lançamento do telescópio espacial PLATO (ESA), a missão Ariel (ESA) e a instalação do espectrógrafo ANDES5, no maior telescópio da próxima geração, o ELT (ESO).