Inundações em Espanha. Mulher resgatada com vida após três dias presa no carro

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Susana Vera - Reuters

Uma mulher foi resgatada com vida nos arredores de Valência, na sexta-feira, depois de ter passado três dias presa dentro de um carro que estava numa passagem subterrânea que ficou inundada pelas fortes chuvas.

A notícia foi anunciada pelo presidente da Proteção Civil da Comunidade Valenciana, Martín Perez, na sexta-feira à noite, a cerca de 400 voluntários que participam nas operações de busca pelos desaparecidos.

Segundo os meios de comunicação locais, a mulher foi resgatada depois de ter passado três dias presa no carro num túnel em Benetússer, nos arredores de Valência. A passagem subterrânea ficou inundada pelas fortes chuvas que atingiram a região na passada terça-feira.

As imagens que estão a ser partilhadas nas redes sociais mostram a sobrevivente a ser transportada pela equipa de salvamento. Segundo o jornal Las Provincias, a mulher foi transferida de imediato para o hospital após ser resgatada.
Mais de dez mil militares enviados para o terreno
O número de mortos nas inundações aumentou este sábado para 211 e há ainda dezenas de desaparecidos.

O Governo diz que é impossível determinar ao certo o número de desaparecidos, depois de ter surgido na imprensa espanhola um documento que aponta para 1.900 pessoas por localizar.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou este sábado um reforço dos operacionais no terreno. Serão destacados mais cinco mil soldados, elevando assim para 7.500 o número de militares mobilizados nas zonas de desastres, “o maior envio de forças armadas alguma vez realizado em Espanha”, salientou o chefe do Governo.

A estes militares juntar-se-ão cerca de 5.000 policiais e guardas civis.

O primeiro-ministro espanhol reconheceu que há uma "situação trágica" em Valência por causa das cheias e uma resposta insuficiente das autoridades.

"Estou consciente de que a resposta que se está a dar não é suficiente. Sei que há problemas e carências, que ainda há serviços colapsados, municípios sepultados pelo lodo, pessoas desesperadas que procuram os seus familiares, pessoas que não conseguem aceder às suas casas, lares destruídos e sepultados pela lama. Temos de melhorar", afirmou Sánchez.

O primeiro-ministro apelou à união das administrações e garantiu todo o apoio que for necessário ao governo regional da Comunidade Valenciana (do Partido Popular), a quem compete a coordenação da resposta no terreno e as solicitações de meios ao Estado central, como lembrou o próprio Sánchez.

Segundo o primeiro-ministro espanhol, esta é “a maior catástrofe natural da história recente” de Espanha. A tragédia está a ser já classificada como o pior desastre relacionado com enchentes na Europa desde 1967, quando pelo menos 500 pessoas morreram em Portugal.

c/agências
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