Mais de 54 mil hectares de diversas culturas foram destruídos na atual época chuvosa, desde outubro, na província de Gaza, sul de Moçambique, devido a inundações, anunciaram hoje as autoridades.
A chuva intensa tem provocado a subida do caudal do rio Limpopo e afluentes, referiu o diretor provincial de Agricultura e Pescas em Gaza, Danilo Latifo, citado hoje pela Rádio Moçambique.
Os campos agrícolas perdidos fazem parte de cerca de 65 mil hectares inundados naquela província, tendo sido mais afetadas as culturas de milho, feijão, hortícolas, tubérculos e arroz.
Algumas zonas poderão ser recuperadas, "à medida que a drenagem vai acontecendo", acrescentou.
Além de áreas de cultivo, avançou o diretor, foram também perdidas 24 motobombas, usadas para irrigação, devido à negligência dos agricultores face a avisos sobre a necessidade de retirar os equipamentos de zonas de risco de inundações.
O país está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
Na atual época, o centro de Moçambique já foi atingido pela tempestade Chalane em dezembro de 2020, com um balanço oficial de sete mortos, seguindo-se o ciclone Eloise, em janeiro, com um balanço de 12 mortos, segundo os últimos dados.
Desde janeiro, as autoridades moçambicanas têm alertado para o risco de inundações em várias províncias, com agravamento das intempéries.
Muitas famílias têm sido retiradas das zonas de risco, com várias vias de acesso interrompidas, que levam ao isolamento de algumas regiões , dificultando a assistência humanitária.
O Instituto Nacional de Meteorologia prevê a aproximação de outro sistema de baixas pressões que poderá evoluir para o grau de depressão tropical e atingir a costa moçambicana durante o fim de semana.