A Interpol emitiu este sábado um alerta global à polícia depois de constatar um aumento significativo de ataques virtuais contra organizações de combate ao novo coronavírus, apoderando-se de dados médicos, arquivos e sistemas em troca de dinheiro.
O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, alertou hoje em comunicado que hospitais e organizações médicas se tornaram alvos de cibercriminosos que procuram "lucrar às custas dos doentes".
"O bloqueio de sistemas hospitalares críticos não só atrasaria a rápida resposta médica necessária neste momento sem precedentes, mas também poderia causar mortes", disse Stock.
A Interpol, com sede em Lyon (leste da França), indicou que está a dar assistência técnica aos países para mitigar o impacto e aconselhar sobre como proteger as organizações médicas.
A principal fonte dos ataques, explicou, são os e-mails de supostas agências governamentais que dão conselhos ou informações sobre o novo coronavírus, pedindo para clicar num `link` ou abrir um ficheiro infetado.
O responsável incentivou os hospitais e outras empresas a atualizar os seus sistemas com frequência e implementar medidas de segurança, armazenando arquivos importantes na nuvem ou em discos externos, separados do sistema principal.
Abrir e-mails provenientes apenas de fontes fidedignas, não clicar em `links` enviados em e-mails que não são esperados ou de remetentes desconhecidos, criar com frequência cópias, atualizar o sistema antivírus, usar senhas fortes e atualizá-las com frequência são algumas das recomendações da Interpol.
"O grupo de Resposta a Ameaças Cibernéticas está a seguir as ameaças virtuais relacionadas com a covid-19 e a trabalhar com os seus parceiros privados do setor de segurança cibernética para reunir informações e oferecer suporte às organizações-alvo", afirmou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 59 mil.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 266 mortes, mais 20 do que na véspera (+8,1%), e 10.524 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 638 em relação a sexta-feira (+6,5%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.