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Intempéries mataram pelo menos 62 pessoas em Moçambique no primeiro semestre

por Lusa

Pelo menos 62 pessoas morreram em Moçambique, no primeiro semestre, na sequência de fenómenos naturais, nomeadamente tempestades tropicais, segundo informação do Governo a que a Lusa teve hoje acesso.

"Os fenómenos naturais provocaram a morte de 62 pessoas, fundamentalmente devido ao desabamento de paredes e por afogamento. Foram registados 152 feridos e um total de 181.708 pessoas afetadas, o correspondente a 37.279 famílias", refere o balanço da execução orçamental do primeiro semestre.

Acrescenta que no mesmo período, os fenómenos naturais afetaram 30.350 casas, das quais 917 totalmente destruídas, 3.357 parcialmente destruídas e 25.939 inundadas, bem como 417 escolas com 740 salas totalmente destruídas, afetando 156.759 alunos, 137 unidades sanitárias, 21 casas de culto ou ainda 505 postes de energia, entre outros.

No documento, o executivo moçambicano destaca, entre os fenómenos climáticos e naturais, a passagem, em março, pelo sul do país, da tempestade tropical severa Filipo, "causando chuvas intensas, cheias e inundações em algumas cidades e vilas", mas também os "efeitos do fenómeno El Niño, com "escassez de precipitação" e que afetou a produção agrícola em algumas regiões.

Ainda no primeiro semestre, os eventos extremos afetaram igualmente o setor de estradas, numa extensão de cerca de 5.504 quilómetros, tendo destruído dez pontes, sete pontões e 41 aquedutos.

No setor da agricultura foram afetados 660.263 hectares de culturas diversas, das quais 43.822 hectares por inundações, 596.230 hectares por seca e 20.211 hectares pelo efeito dos fortes ventos, enquanto no setor das pescas foram afetadas 655 embarcações de pesca artesanal e 82 artes de pesca.

No final de setembro, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou para a preparação da população e das entidades para os previsíveis efeitos do fenómeno El Niño no país nos meses seguintes, com previsões de chuvas acima do normal e focos de seca.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

O El Niño é uma alteração da dinâmica atmosférica causada por um aumento da temperatura oceânica.

Este fenómeno meteorológico está também a provocar chuvas torrenciais na África Oriental, que já causaram centenas de mortos no Quénia, Burundi, Tanzânia, Somália e Etiópia.

 

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