Instituto de Astrofísica evoca adesão de Portugal ao Observatório Europeu do Sul

por Lusa

O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) assinala no sábado com um debate na internet os 20 anos da assinatura do acordo de adesão de Portugal ao Observatório Europeu do Sul (OES), onde trabalham uma dezena de portugueses.

O OES é uma organização astronómica intergovernamental que foi criada em 1962, para promover a cooperação europeia na astronomia, e formada por 16 países europeus. A sede fica na Alemanha e os seus telescópios no deserto de Atacama, no Chile.

Portugal assinou o acordo de adesão ao OES em 27 de junho de 2000, mas só se tornou Estado-Membro da organização em 07 de maio de 2001.

Mesmo antes da adesão, Portugal beneficiou durante 10 anos de programas de formação de astrónomos e de tempo de observação nos telescópios do OES, ao abrigo de um acordo de cooperação celebrado em 10 de julho de 1990.

Para assinalar a data em que Portugal iniciou o processo de adesão ao OES, o IA, uma das instituições científicas portuguesas que têm utilizado os telescópios no Chile para fazer a sua investigação, promove no canal YouTube uma sessão em que cientistas do instituto vão partilhar algumas das descobertas realizadas com os telescópios do OES.

Na sessão haverá um debate com a participação da astrónoma Teresa Lago, atualmente secretária-geral da União Astronómica Internacional, que preparou a proposta de associação de Portugal ao OES, tendo sido membro do Conselho da organização.

Teresa Lago será secundada no debate pela presidente da agência espacial portuguesa Portugal Space, Chiara Manfletti, e pelo delegado português no Conselho do OES, Paulo Garcia.

O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço tem estado envolvido no desenvolvimento de instrumentos do novo telescópio do OES, o ELT, que será o maior telescópio ótico do mundo, juntamente com o Centro de Astrofísica e Gravitação (Centra) e as empresas ISQ e Critical Software.

Entre as cerca de 700 pessoas que trabalham no OES, o observatório astronómico mais produtivo do mundo, há uma dezena de portugueses, entre técnicos, assistentes, engenheiros e investigadores.

Portugal contribui anualmente com cerca de 1,2% do orçamento global do OES (2,3 milhões de euros de um total de 198 milhões de euros).

Graças às observações feitas com os telescópios do observatório, os astrónomos portugueses lideraram descobertas de exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar) e participaram em outros feitos, como a descoberta de que o Universo está a expandir-se de forma acelerada ou a medição da massa do buraco negro do centro da Via Láctea e dos seus efeitos gravíticos nas órbitas das estrelas.

 

 

 

 

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