Conhecido nas redes sociais por atitudes consideradas misóginas, o "influencer" Andrew Tate foi detido quinta-feira, na Roménia, por suspeita de violação sexual e tráfico humano. As residências do ex-atleta e do irmão, Tristan, em Bucareste, foram sujeitas a buscas domiciliárias.
Os irmãos Tate estão sob investigação desde abril, a par de dois cidadãos romenos, e na quinta-feira as suas residências em Bucareste foram alvo de buscas que culminaram com a detenção de quatros homens, incluindo dois romenos.
"Os quatro suspeitos parecem ter criado um grupo do crime organizado com o objetivo de recrutar, abrigar e explorar mulheres, forçando-as a criar conteúdo pornográfico destinado a ser visto em sites especializados por um preço", adiantou a Diretoria de Investigação do Crime Organizado e Terrorismo (DIICOT) da Roménia, em comunicado.
De acordo com a agência Reuters, o advogado dos irmãos Andrew e Tristan Tate confirmou a detenção.
As autoridades romenas divulgaram um vídeo mostrando armas, facas e dinheiro em exibição numa sala, alegadamente de uma das residências dos Tate.
Andrew Tate é um ex-kickboxer britânico - tem também nacionalidade norte-americana - e foi tricampeão mundial da modalidade. Tem 36 anos e tornou-se uma celebridade no universo digital. Inicialmente com vídeos ligados à atividade desportiva, Tate rapidamente se tornou uma figura polémica, depois de ter participado num reality show em 2016 e ser expulso por bater numa concorrente.
O ex-atleta passou a utilizar as redes sociais para fazer passar mensagens onde se auto-descreve como “profundamente misógino” e “absolutamente sexista”.
No discurso polémico de Andrew Tate pode ouvir-se que o “lugar da mulher é em casa” e defende que as vítimas de violação deveriam “assumir a responsabilidade” por serem agredidas sexualmente.
Há cinco anos mudou-se para a Roménia.
Andrew Tate e os restantes suspeitos foram detidos durante 24 horas, de acordo com as autoridades romenas. Um porta-voz dos irmãos já veio dizer que “Andrew e Tristan Tate têm o maior respeito pelas autoridades romenas e ajudarão da forma que puderem”.
As autoridades avançaram que foram identificadas seis mulheres que teriam sido exploradas sexualmente pelo grupo criminoso organizado. Os conteúdos pornográficos terão rendido aos suspeitos “importantes somas de dinheiro”.