A Confederação Nacional da Indústria (CNI) do Brasil qualificou como "incompreensível e totalmente injustificada" a decisão do banco central de aumentar a taxa básica de juros num ponto percentual, para 12,25% ao ano.
A CNI defendeu que o aumento da taxa "custa caro para a economia e para a população, pois significa menos investimentos e, consequentemente, menos emprego e renda", de acordo com comunicado divulgado na quarta-feira.
A organização salientou que a medida do Banco Central do Brasil (BCB) é "um remédio exagerado para controlar a inflação, com efeitos indesejados sobre a economia" e pediu uma revisão urgente.
Também na quarta-feira, o BCB tinha justificado o aumento diante de um cenário inflacionário "mais adverso", com a subida dos preços no consumidor em 4,87% em termos homólogos, acima da meta fixada para este ano (3%) pela instituição.
No entanto, a CNI sublinhou que a inflação desacelerou em novembro face ao mês anterior.
A organização considerou ainda um erro "manter o ciclo de alta" iniciado em setembro.
Esta é a terceira subida consecutiva da taxa de juro aprovada pelo banco central: em setembro a taxa subiu 0,25 pontos e em novembro mais 0,5 pontos.
A decisão surpreendeu o mercado financeiro, que esperava um aumento de 0,75 pontos percentuais, de acordo com as previsões das agências especializadas.
O BCB espera aumentos da mesma grandeza nas próximas duas reuniões, a serem realizadas em janeiro e março do próximo ano, o que deixará a taxa em 14,25%.
A instituição assinalou, em comunicado, que os desafios no ambiente externo, principalmente a atual situação económica dos Estados Unidos, exigem cautela por parte dos países emergentes.