Indiciados por "terrorismo" palestinianos capturados desde 07 de outubro - Israel

por Lusa

A polícia israelita anunciou hoje que três palestinianos capturados na Faixa de Gaza foram indiciados por "terrorismo", uma estreia desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a Israel que desencadeou a guerra naquele território palestiniano.

"Pela primeira vez desde o início da guerra (a 07 de outubro de 2023), foram hoje apresentadas acusações num tribunal israelita contra membros do Hamas em Gaza, de pertença a uma organização terrorista e de terem a intenção de cometer ataques em Israel contra civis e forças de segurança", declarou a polícia.

"A investigação foi concluída [e] o Ministério Público militar apresentou [hoje] acusações contra eles", acrescentou a polícia israelita num comunicado.

A Faixa de Gaza é cenário de conflito desde 07 de outubro de 2023, data em que Israel ali declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 96 dos quais continuam em cativeiro, 36 deles entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 430.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 44.758 mortos (cerca de 2% da população), entre os quais mais de 17.000 menores, e 106.134 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Uma comissão especial da ONU acusou há duas semanas Israel de genocídio na Faixa de Gaza e de estar a utilizar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita.

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