Pelo menos 107 pessoas, incluindo crianças, morreram esmagadas após uma debandada durante um encontro religioso no norte da Índia, anunciaram as autoridades esta terça-feira.
A comissária distrital da cidade de Aligarth confirmou ao canal de notícias India Today que pelo menos 107 pessoas morreram, das quais 27 foram relatadas no distrito vizinho de Etah, após terem sido encaminhas para hospitais locais.
“Os números podem aumentar. Várias pessoas estão a ser levadas para hospitais no distrito de Hathras e no distrito vizinho de Etah”, disse Manish Chikara, porta-voz da polícia do distrito de Hathras, à CNN.
Entre os mortos estão mulheres e crianças. Há ainda a registar centenas de feridos, que estão a ser encaminhados para os hospitais. Alguns vídeos mostram os feridos a serem levados para hospitais em camionetas, tuk-tuks e até mesmo motociclos.
Segundo o administrador distrital de Hathras, Ashish Kumar, “o incidente aconteceu devido à sobrelotação no momento em que as pessoas tentavam sair do local”.
“A debandada começou na aldeia de Pulrai, dentro dos limites da delegacia de polícia de Sikandra Rao, em Hathras”, acrescentou, citado pela rede televisiva indiana NDTV.
Uma testemunha não identificada disse à emissora India Today que havia apenas uma saída estreita no local. “Enquanto tentávamos sair, de repente começou uma debandada e não sabíamos o que fazer”, descreveu. As informações iniciais sobre o incidente indicaram que mais de 15.000 pessoas estavam no evento, que apenas teve permissão para receber cerca de 5.000.
O motivo que levou à debandada ainda não é conhecido.
“Este foi um evento privado e a permissão foi dada pelo magistrado da subdivisão. Os preparativos de segurança foram feitos pela administração, mas os outros preparativos deveriam ter sido feitos pelos organizadores", disse Kumar.
Criado comité para investigar incidente
Yogi Adityanath, ministro-chefe de Uttar Pradesh, adiantou que foi formado um comité de alto nível para investigar as causas do incidente.
“Foram dadas instruções aos funcionários envolvidos para conduzirem operações de socorro e resgate ao nível de uma emergência militar e para fornecerem tratamento adequado aos feridos”, acrescentou, expressando as suas condolências aos familiares das vítimas.
A presidente da Índia, Draupadi Murmu, também já reagiu ao incidente, afirmando que “é de partir o coração”.
“A notícia da morte de muitos devotos, incluindo mulheres e crianças, no acidente no distrito de Hathras, em Uttar Pradesh, é de cortar o coração. Expresso as minhas mais profundas condolências àqueles que perderam os seus familiares e rezo pela rápida recuperação dos feridos", escreveu Murmu na rede social X.
Incidentes fatais são comuns em locais de culto na Índia durante grandes eventos religiosos. Pelo menos 112 pessoas morreram em 2016 após uma explosão causada por fogo-de-artifício num templo onde se celebrava o Ano Novo hindu.
Em 2013, 115 fiéis morreram numa debandada perto de um templo em Madhya Pradesh. Quase 400 mil pessoas estavam no local quando houve rumores que uma ponte estava prestes a desabar, causando a debandada.
Pelo menos 224 peregrinos morreram em 2008 e mais de 400 ficaram feridos durante uma debandada que ocorreu próximo de um templo na cidade de Jodhpur, no norte do país.
c/agências
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