Independentistas de Cabinda acusam soldados angolanos de matarem três civis

por Lusa

A Frente para a Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas Cabindesas (FLEC-FAC) anunciou hoje a morte de 17 soldados angolanos e cinco guerrilheiros das FAC em confrontos numa aldeia, onde morreram também três civis.

Segundo o comunicado da FLEC-FAC, os confrontos ocorreram hoje por volta das 05:00 na aldeia de Bonde-Grande, município de Cacongo, quando os soldados angolanos "tentaram repelir os dois pelotões das FAC".

Durante o combate morreram 22 homens e os soldados angolanos mataram três civis, entre os quais um filho do chefe tradicional da aldeia Bonde-Grande.

No mesmo comunicado, as FAC fazem um ultimato à governadora de Cabinda, Mara Quiosa, para que se retire "antes do assalto a Tchiowa", nome por que é também conhecida a cidade de Cabinda.

Há 10 dias, a FLEC-FAC deu conta da morte de 12 militares angolanos em confrontos e anunciou mais ataques.

 A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português - tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 - e não parte integrante do território angolano.

O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de ações de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território.

 

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