O Hospital Esperança, em Luanda, uma unidade de saúde vocacionada para o tratamento de doentes infectados com o vírus da SIDA, assinalou hoje o seu primeiro aniversário com a inauguração de um Centro de Aconselhamento e Testagem Voluntária.
Inaugurado a 02 de Março de 2004 pelo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, o Hospital Esperança registou durante o primeiro ano de actividade 2.900 doentes com SIDA.
Estes doentes, que são acompanhados por uma equipa de médicos e psicólogos, têm acesso nesta unidade de saúde aos medicamentos necessários para combater as infecções oportunistas e a anti- retrovirais.
Segundo Dulcelina Serrano, coordenadora do Programa Nacional de Luta contra a SIDA, estima-se que o número de doentes registados neste hospital de Luanda, o único especializado nesta área, possa atingir 3.500 até ao final deste ano.
O hospital recebe, em média, meia centena de novos doentes por dia, além de 60 pessoas que ali se dirigem para efectuar testes e consultas de rotina.
Para evitar esta sobrecarga, foi hoje inaugurado o Centro de Aconselhamento e Testagem Voluntária, uma unidade especialmente vocacionada para atender os que pretendem saber se estão infectados com o vírus da SIDA, mas que também está equipada para fazer o rastreio de outras doenças sexualmente transmissíveis.
O Hospital Esperança está instalado num edifício construído de raiz em terrenos do Hospital Américo Boavida, no município do Rangel, em Luanda, tendo a sua construção e equipamento orçado em cerca de 350 mil dólares.
Esta unidade especializada foi uma iniciativa do Ministério da Saúde, em parceria com a empresa angolana SOMOLEBE, que é responsável pelo apoio técnico e pelo fornecimento das composições medicamentosas para o tratamento da SIDA.
Angola tem a mais baixa taxa de incidência da doença entre os membros da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC), mas, em meados de 2004, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), anunciou que o número de novos casos de SIDA em Angola poderá crescer de 21 mil em 2001 para 45 a 49 mil em 2005.
Segundo aquela agência das Nações Unidas, a prevalência do vírus em Angola poderá aumentar de 5,7 por cento em 2001 para 9,96 por cento em 2005, admitindo que poderá atingir 18,8 por cento em 2010.
Caso estas projecções venham a confirmar-se, o número de seropositivos em Angola poderá passar de 344 mil em 2001 para 749 mil em 2005, atingindo 1,6 milhões em 2010.