Os meios de comunicação israelitas publicaram esta segunda-feira notícias indicando que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, terá concordado com a proposta dos Estados Unidos sobre um cessar-fogo com o Hezbollah no Líbano.
De acordo com as fontes não identificadas citadas pelos jornais e televisões de Israel, Netanyahu terá aceitado "em princípio" a proposta de Washington após consultas com membros do governo durante a noite de domingo.
A proposta ainda não é definitiva e existem ainda uma série de questões que têm de ser resolvidas, de acordo com fontes israelitas e norte-americanos citadas pela televisão pública de Israel Kan e pelos jornais Haaretz e Ynet. A proposta inclui três fases: uma trégua seguida da retirada das forças do Hezbollah a norte do rio Litani, o recuo total das tropas israelitas do sul do Líbano e negociações entre Israel e o Líbano sobre a demarcação da fronteira, atualmente uma fronteira estabelecida pela ONU na sequência da guerra de 2006.
O jornal Ynet indica que a posição de Israel já foi transmitida ao Líbano.
As notícias publicadas esta aegunda-feira em Israel indicam ainda que um organismo internacional liderado pelos Estados Unidos controlaria o cumprimento do cessar-fogo, embora Israel espere receber uma garantia de Washington confirmando o direito de atuar militarmente caso o Hezbollah (Partido de Deus) venha a violar os termos do acordo e se as forças internacionais ou libanesas não atuarem.
No mesmo quadro, o Exército libanês seria encarregado de assumir o controlo da zona fronteiriça e de impedir o regresso do movimento xiita Hezbollah.
Segundo os meios de comunicação social, Netanyahu e o círculo político mais próximo estão a ponderar a forma de promover o acordo junto da opinião pública israelita, com a mensagem de que não se trata de um compromisso, mas sim de um "benefício para Israel".
Uma sondagem recente do Canal 12 mostra que 64 por cento dos israelitas são a favor de uma trégua no Líbano.
O mediador da administração de Joe Biden entre Israel e o Líbano, Amos Hochstein, esteve de visita a Israel durante o passado fim de semana, depois de ter visitado Beirute insistindo num cessar-fogo.
O enviado dos Estado Unidos, que já conseguiu que Israel - sob o anterior governo de Yair Lapid - e o Líbano chegassem a um acordo (2022) sobre a demarcação da fronteira marítima e a partilha da exploração dos campos de gás, avisou o lado israelita de que esta é a última oportunidade para um acordo promovido por Washington.
Se não chegarem a acordo, as partes vão ter de esperar pelos esforços da nova administração de Donald Trump, segundo os meios de comunicação social israelitas.
O Canal 12 noticiou também que o antigo embaixador dos Estados Unidos em Israel, Dan Shapiro, vai deslocar-se hoje a Jerusalém "para acertar pormenores".
Os mesmos meios de comunicação social referem que a resposta militar do Hezbollah era esperada por Israel, numa altura em que se aproxima a conclusão de eventual pacto, como forma de demonstrar que ainda tem capacidade de ataque.
No passado fim de semana, Israel também intensificou os ataques a Dahye, o subúrbio do sul da capital libanesa controlado pelo Hezbollah e lançou uma poderosa bomba contra um edifício no centro da cidade, matando pelo menos onze pessoas.