A imprensa espanhola destaca esta segunda-feira "o descalabro" do partido socialista (PSOE) e do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, nas eleições municipais e regionais de domingo em Espanha e como o PP "arrasou" com uma vitória "sem paliativos".
"O PP arrasa em Madrid e multiplica o seu poder territorial", lê-se na manchete da edição impressa de hoje do jornal El País, que no editorial escreve que o Partido Popular (direita) conseguiu no domingo "um êxito sem paliativos", embora enfrente agora a decisão de aceitar ou não alianças com o VOX (extrema-direita) para governar várias regiões autónomas e cidades espanholas.
Num outro título, o mesmo jornal escreve que foi o "antisanchismo" que levou o PSOE a esta derrota e prejudicou vários barões regionais e locais do partido.
O jornal El Mundo escreve também que "o PP arrasa e o castigo a Sánchez apaga o PSOE do mapa".
No editorial, o diário defende que "Espanha castiga a forma de governar de Sánchez" e que o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, "impulsiona a mudança" num país governado pelos socialistas desde 2018 e que terá dentro de seis meses, em dezembro, eleições legislativas nacionais.
Para o El Mundo, as eleições de domingo, que Feijóo transformou num referendo ao "sanchismo", acabaram por ditar uma condenação às "alianças com populistas e independentistas" de Pedro Sánchez, que governa Espanha coligado com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos e que tem feito pactos com partidos catalães e bascos para aprovar leis como os orçamentos do Estado.
O ABC, outro jornal de âmbito nacional espanhol, escreve igualmente que o "PP arrasa e Sánchez arrasta o PSOE para o descalabro" e que a "perda de poder territorial" por parte dos socialistas "não encontra precedentes".
O La Vanguardia, que se publica na Catalunha, destaca que o PP ganhou as eleições numa noite "aziaga" para o PSOE, que Feijóo "se consolida" face às legislativas nacionais "com uma reviravolta no mapa territorial e em número de votos" e que "Sánchez sofre um duro golpe a apenas meio ano das eleições gerais".
O mapa regional e autárquico de Espanha deixou de ser dominado pelos socialistas com as eleições regionais e locais de domingo, que o PP ganhou, reivindicando o início de um "novo ciclo político" no país.
O PSOE, à frente do governo nacional desde 2018, liderava os executivos regionais de nove das 12 regiões autónomas que tiveram eleições no domingo e perdeu mais de metade, conservando apenas quatro: Astúrias, Canárias, Castela La Mancha e Navarra.
Já o PP, que só governava duas das regiões que no domingo foram a votos (Madrid e Múrcia), poderá ficar a liderar oito, a que se juntam Andaluzia e Castela e Leão, que anteciparam para 2022 as eleições e que o Partido Popular também ganhou.
Nas eleições municipais, que se realizaram em todo o país, o PP foi também o partido globalmente mais votado, conseguiu uma maioria absoluta na capital espanhola, Madrid, e conquistou à esquerda grandes cidades, como Sevilha e Valência.
A esquerda teve ainda uma derrota em Barcelona, a segunda maior cidade do país que governava com uma coligação de várias forças e movimentos desde 2015.