A China é o atual epicentro da covid-19, a nível mundial, considerando o aumento de casos das últimas semanas. E depois de semanas de protestos violentos e muita contestação por parte da população por causa das medidas muito restritivas, o Governo decidiu pôr fim gradualmente à política "zero covid". Esta terça-feira, o jornal oficial do Partido Comunista da China relativizou a doença e afirmou que a maioria dos casos é leve, horas antes de uma reunião da Organização Mundial da Saúde para avaliar a evolução da pandemia.
Esta terça-feira, o People’s Daily citou especialistas chineses que dizem que a doença provocada pelo SARS-CoV-2 é relativamente leve para a maioria dos infetados.
“Doença grave e muito grave representa três a quatro por cento dos pacientes infetados atualmente internados em hospitais”, afirmou ao jornal Tong Zhaohui, vice-presidente do Hospital Chaoyang de Pequim.
Também as autoridades de saúde da União Europeia vão reunir, na quarta-feira, para uma resposta coordenada. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) reforçou a monitorização face ao aumento de casos de covid-19 na China e pondera rever o risco e ajustar medidas, se necessário.
O ECDC indica na sua página oficial que, juntamente com os Estados-membros da União Europeia e a Comissão Europeia, aumentou as suas atividades de acompanhamento após o número de casos de covid-19 ter atingido um nível recorde na China continental, com um pico a 2 de dezembro de 2022. O centro refere ainda que está a trabalhar em estreita colaboração com a OMS, sublinhando estar em contacto regular com o Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças (China CDC) e com os principais CDC a nível mundial.
"Nas próximas semanas, são esperados níveis elevados de infeções por SARS-CoV-2 e uma maior pressão sobre os serviços de saúde na China, devido à baixa imunidade da população e ao relaxamento das intervenções não farmacêuticas", refere o organismo, esta terça-feira.
"Alguns países estabeleceram restrições de entrada que visam apenas viajantes chineses. Isso não tem base científica e algumas práticas são inaceitáveis", disse a porta-voz do Ministério das dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, acrescentando que a China pode tomar "medidas recíprocas".
Recorde-se que a China mantém as suas fronteiras encerradas para estrangeiros desde 2020. O país não emite vistos para turistas há quase três anos e impõe quarentena obrigatória à chegada no seu território. Estas medidas de isolamento serão levantadas a 08 de janeiro, mas continuará a ser necessário um teste de rastreio de menos de 48 horas antes da chegada ao território chinês.