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Impeachment. Trump acusa democratas no Congresso de "inveja, ódio e raiva"

por Carlos Santos Neves - RTP
Para o Presidente dos Estados Unidos, os legisladores democratas procuram “cancelar os votos de dezenas de milhões de americanos” Leah Millis - Reuters

Pouco depois de a Câmara dos Representantes ter endossado, na última noite, o processo de destituição de Donald Trump ao Senado, o Presidente dos Estados Unidos aproveitou um comício no Michigan para acusar o que disse ser “a esquerda radical” de “inveja, ódio e raiva”. E de pretender “cancelar os votos de dezenas de milhões de americanos”.

“Enquanto estamos a criar empregos e a lutar pelo Michigan, a esquerda radical no Congresso é consumida pela inveja, pelo ódio e pela raiva. Vejam o que está a acontecer”, exclamou o 45.º Presidente, o terceiro a passar ao capítulo seguinte de um processo de impeachment: o julgamento no Senado.

Trump não hesitou em acusar os legisladores democratas da Câmara dos Representantes, onde detêm a maioria, de procurarem “cancelar os votos de dezenas de milhões de americanos”.

Fátima Marques Faria, Rui Magalhães - RTP

O dossier de acusação abarca dois ilícitos imputados a Trump - abuso de poder e obstrução ao Congresso. É no Senado que este processo, de maioria republicana, que este processo vai ser julgado.
Além de Donald Trump, só outros dois presidentes passaram à segunda fase de um impeachment: Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998. Ambos absolvidos no Senado.

Uma”ameaça constante” à “segurança nacional” dos Estados Unidos. Foi nestes termos que a speaker da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, se referiu, por seu turno, ao Presidente, no decorrer do debate que antecedeu a votação dos artigos de impeachment.

“Os atos irresponsáveis do Presidente tornaram necessário o impeachment. Ele não nos deixou outra escolha”, vincou a responsável.
Ucrânia, o ponto de partida
Na rede social Twitter, antes do comício no Michigan, Trump lançara-se já numa nova diatribe contra o flanco democrata do Capitólio.


“Que mentiras atrozes da esquerda radical, de democratas que nada fazem. Isto é um assalto à América e uma assalto ao Partido Republicano!!!!”, escrevera.

O inquérito tendo em vista a destituição do Presidente dos Estados Unidos teve início em outubro.

Foi então que se tornou do domínio público que Trump teria pressionado o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, a pôr em marcha uma investigação às atividades de uma empresa na qual trabalhou Hunter Biden, filho de Joe Biden, ex-vice-presidente na Administração Obama e atual candidato à nomeação democrata para a próxima eleição presidencial.

As provas que sustentam a decisão da Câmara dos Representantes foram recolhidas, num primeiro momento, pelo Comité de Informações e, posteriormente, pelo Comité Judiciário.

A forma como o julgamento vai decorrer já está a ser acertada por democratas e republicanos. À frente dos trabalhos deverá ficar o juiz John Roberts. Todavia, a decisão caberá aos senadores. O Presidente será representado por advogados.

Para que Trump seja destituído, impõe-se uma maioria de dois terços. Um quadro improvável, dada a ampla maioria republicana no Senado. De resto, o número um dos republicanos, Mitch McConnell, já veio vaticinar que que “não há hipótese” de a Câmara alta remover Donald Trump da Casa Branca.

c/ agências
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