Houthis e EUA prometem escalada após ataques pela mão de Trump no Iémen
Uma das rotas marítimas mais importantes do mundo é atualmente palco de confrontos entre os houthis do Iémen e os Estados Unidos. Após os ataques aéreos lançados por ordem de Donald Trump no sábado à noite, que mataram pelo menos 53 pessoas e feriram mais de 100 em solo iemenita, os rebeldes responderam com ataques a navios de guerra norte-americanos, tendo assumido já esta segunda-feira a responsabilidade por uma nova ação.
Os houthis do Iémen, apoiados pelo Irão, assumiram esta segunda-feira a responsabilidade por um segundo ataque contra um porta-aviões dos EUA no Mar Vermelho, em resposta a uma vaga de bombardeamentos norte-americanos no sábado à noite.
Foi alvejado com "inúmeros mísseis balísticos e de cruzeiro, bem como drones, num combate que durou várias horas", segundo a imprensa iemenita ligada aos houthis. No domingo, os rebeldes já tinham reinvidicado a responsabilidade num primeiro ataque contra um porta-aviões americano, o USS Harry S. Truman. Ambos os ataques ainda não foram confirmados pelos EUA. Na sequência destes bombardeamentos, que feriram e mataram mais de 100 pessoas em ataques no Iémen, no sábado à noite, de acordo com a imprensa e fontes iemenitas, citadas pela Al Jazeera, o líder dos rebeldes prometeu no domingo atacar navios de carga norte-americanos no Mar Vermelho e apelou aos iemenitas para protestarem "aos milhões" contra os ataques norte-americanos. ONU alerta para risco de se exacerbar tensões
Após a escalada militar dos últimos dias, as Nações Unidas apelaram à cessação dos ataques e alertaram para "o risco de exercebar as tensões regionais" entre Washington e o grupo armado apoiado pelo regime de Teerão, num comunicado dirigido aos EUA e aos rebeldes houthis.
"Apelamos à máxima contenção e à cessação de todas as atividades militares", apelou o secretário-Geral da ONU, António Guterres. Uma nova escalada poderia "alimentar ciclos de retaliação que podem desestabilizar ainda mais o Iémen e a região, e colocar graves riscos para a já terrível situação humanitária no país”, afirmou o seu porta-voz num comunicado.
"No momento em que os houthis disserem "vamos parar de disparar contra os vossos navios, vamos parar de disparar contra os vossos drones", esta campanha terminará, mas até lá será implacável", afirmou o secretário norte-americano da defesa, Pete Hegseth, à Fox News.
O Comando Central do Exército dos EUA, responsável pelo Médio Oriente, anunciou que os ataques contra os Houthis iriam continuar.
Além de ameaçar os rebeldes iemenitas, o presidente dos EUA deixou na Truth Social uma mensagem a Teerão: “Ao Irão: o apoio aos terroristas houthis tem de terminar imediatamente!".