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Houthis reivindicam ataque a porta-aviões dos EUA como resposta a 16 mortes

por Carla Quirino - RTP
Khaled Abdullah - Reuters

A tensão aumenta no Mar Vermelho com os rebeldes Houthis a denunciarem 16 mortes e 42 feridos provocadas pelos ataques aéreos conjuntos norte-americanos e britânicos desta quinta-feira. Em retaliação, já esta sexta-feira, os Houthis do Iémen "atacaram" um porta-aviões dos EUA.

De acordo com a agência noticiosa Associated Press, três autoridades dos EUA, sob condição de anonimato, descreveram os ataques de quinta-feira que atingiram uma “ampla gama de instalações subterrâneas, lançadores de mísseis, locais de comando e controlo, uma embarcação Houthi e outras instalações”.

Nesta ofensiva, as forças ocidentais terão morto pelo menos 16 pessoas e ferido outras 42 na província de Hodeidah, alegam os Houthis.

Este será o número de mortos mais elevado, reconhecido publicamente, nas múltiplas rondas de ataques de retaliação contra os ataques dos rebeldes aos navios.
Contra-resposta Houthi
Os ataques das forças conjuntas ocidentais foram anunciados na televisão Al Masirah, um canal controlado pelos Houthis. Foi transmitido um vídeo onde alegadamente estariam civis feridos a ser socorridos na localidade de Hodeidah, de acordo com a cadeia Al Jazeera.

Em resposta, nesta sexta-feira, o porta-voz militar Houthi, Yahya Saree, anunciou um ataque com mísseis ao porta-aviões norte-americano Eisenhower, no Mar Vermelho. Não há relato de danos.

“A agressão norte-americana/britânica não nos impedirá de continuar as nossas operações militares em apoio à Palestina”, disse o oficial Houthi Mohammed al-Bukhaiti na rede social X, deixando claro que os rebeldes “enfrentarão a  escalada com uma escalada”.
Ataque em "legítima defesa" das forças ocidentais

O Comando Central dos EUA (CENTCOM) revelou também na plataforma X que os ataques foram dirigidos contra 13 alvos Houthi. Foram “destruídos com sucesso” oito veículos aéreos não tripulados, ou drones, em áreas controladas pelos Houthi no Iémen e sobre o Mar Vermelho.

O Ministério britânico da Defesa argumentou que os “Typhoon FGR4 da Força Aérea Real conduziram ataques em Hodeidah e mais a sul, em Ghulayfiqah”. 

Os alvos foram descritos pelo Reino Unido como sendo “edifícios albergando instalações de controlo terrestre de drones e fornecendo armazenamento para drones de longo alcance, bem como armas terra-ar”.

De acordo com a Administração Marítima dos EUA, os Houthi lançaram no total mais de 50 ataques a navios, ações que mataram três marinheiros, apreenderam um navio e afundaram outro. Esta semana atacaram um navio que transportava cereais para o Irão, pressionando ainda mais a rota marítima no Mar Vermelho.

“Os ataques foram realizados em legítima defesa face à ameaça contínua que os Houthi representam”, sublinhou o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak. “Há uma ameaça contínua que os Houthi representam”, acrescentou.

O movimento Houthi é um grupo alinhado com o Irão que controla grande parte do Iémen depois de quase uma década de guerra contra uma coligação apoiada pelo Ocidente e liderada pelos sauditas. Os rebeldes Houthi emergiram como fortes apoiantes dos palestinianos na guerra em curso em Gaza, exigindo que Israel ponha fim à agressão que já matou mais de 36 mil palestinianos.
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