As autoridades da Faixa de Gaza acusaram hoje Israel de ter bombardeado o hospital anglicano Al Ahli no sábado, antes do ataque de terça-feira, e de ter avisado que a unidade deveria ser evacuada.
O grupo islamita Hamas, que governa Gaza desde 2007, acusou Israel de ter matado centenas de pessoas no ataque contra o hospital, mas o exército israelita negou e atribuiu a responsabilidade ao grupo palestiniano Jihad Islâmica.
"O massacre do Hospital Batista foi precedido, em 14 de outubro, pelo bombardeamento de dois obuses" israelitas, disse o vice-ministro da Saúde da Faixa de Gaza, Youssef Abu al-Rish, numa conferência de imprensa em Gaza.
Al-Rish afirmou que depois do bombardeamento de sábado, as forças israelitas disseram à direção do hospital que deveria evacuar a unidade fundada pela Igreja Anglicana.
Segundo Al-Rish, a direção do hospital contactou o bispo da Igreja Evangélica de Inglaterra, que confirmou que a unidade poderia continuar a funcionar depois de ter falado com os organismos internacionais.
"A ocupação [Israel] está a ameaçar os hospitais e não foram tomadas medidas de dissuasão, mas foram recebidas mensagens de tranquilidade e apoio", disse Al-Rish, citado pela agência espanhola Europa Press.
Al-Rish contou que foi ao local após o ataque de terça-feira para ajudar a tratar as vítimas e viu situações que nunca tinha visto.
Disse também que o ataque contra o hospital Al Ahli foi seguido de um bombardeamento nas imediações do Hospital Europeu de Gaza.
"Apelamos ao mundo livre para que impeça a ocupação [Israel] de bombardear civis em segurança e de causar graves danos ao nosso povo em sofrimento", acrescentou.
Israel negou ter atacado o hospital e atribuiu a explosão ao lançamento falhado de um foguete pelo grupo palestiniano Jihad Islâmica, que desmentiu o exército israelita.