Pelo menos 12 pessoas, incluindo duas crianças, morreram e outras quatro ficaram feridas num tiroteio, na quarta-feira, que se seguiu a uma luta de bar numa cidade do oeste de Montenegro.
De seguida, matou oito pessoas, incluindo duas crianças, em três outros locais, disse a procuradora Andrijana Nastic. Quatro pessoas ficaram também gravemente feridas e foram levadas para o hospital da capital, Podgorica. As vidas de três delas ainda estão em perigo, revelou o ministro da Saúde, Vojislav Simun.Martinovic foi encurralado por polícias perto da sua casa na cidade e tentou suicidar-se, morrendo depois dos ferimentos a caminho do hospital já na madrugada desta quinta-feira, declarou o ministro do Interior, Danilo Šaranović.
“Quando viu que estava numa situação desesperada, tentou suicidar-se. Ele não sucumbiu aos ferimentos no local, mas durante o transporte para o hospital”, avançou Šaranović à emissora estatal de Montenegro, RTCG.
“O nível de raiva e brutalidade mostra que, por vezes, essas pessoas (...) são ainda mais perigosas do que os membros de grupos criminosos organizados”, frisou o governante.
Martinović estava no bar durante todo o dia com outros convidados, e quando a discussão começou, foi a casa buscar uma arma e abriu fogo por volta das 17h30, revelou o comissário de polícia, Lazar Šćepanović.
Segundo o mesmo responsável, o suspeito tinha recebido uma pena suspensa em 2005 por comportamento violento e tinha recorrido da sua última condenação por posse ilegal de armas. Os meios de comunicação social montenegrinos referiram que era conhecido pelo comportamento errático e violento.
A polícia excluiu a possibilidade de um “confronto entre grupos criminosos organizados” e afirmou que as armas utilizadas eram ilegais.
O presidente, Jakov Milatović, disse estar “chocado e atónito” com a tragédia. “Em vez da alegria do feriado, fomos tomados pela tristeza pela perda de vidas inocentes”, escreveu no X.
Umjesto praznične radosti, nad našom Prijestonicom i cijelom Crnom Gorom nadvila se tuga zbog gubitka nevinih života.
— Jakov Milatovic 🇲🇪🇪🇺 (@JakovMilatovic) January 1, 2025
Zaprepašćen sam i potresen ovom tragedijom koja je zavila u crno naše Cetinje, porodice i prijatelje stradalih kojima izražavam svoje iskreno saučešće.
Molimo…
O primeiro-ministro, Milojko Spajić, deslocou-se ao hospital onde os feridos estavam a ser tratados e anunciou três dias de luto. “Esta é uma tragédia terrível que nos afetou a todos”.
Spajić acrescentou que as autoridades vão considerar critérios mais rigorosos para a posse e o porte de armas, incluindo a possibilidade de uma proibição total. Esta medida irá provavelmente enfrentar oposição no Montenegro, que tem uma população de cerca de 620 mil habitantes, e uma cultura de armas profundamente enraizada.
Apesar das leis rigorosas, os Balcãs Ocidentais, compostos por Sérvia, Montenegro, Bósnia, Albânia, Kosovo e Macedónia do Norte, continuam repletos de armas. A maior parte provém das guerras da década de 1990, mas algumas datam mesmo da I Guerra Mundial.
O tiroteio de quarta-feira foi o segundo incidente com armas de fogo nos últimos três anos na localidade de Cetinje, localizada a 38 quilómetros da capital Podgorica. Em agosto de 2022, um atacante matou dez pessoas, incluindo duas crianças, antes de ser morto a tiro por um transeunte.
c/ agências