Hong Kong. Detido diretor da maior associação de jornalistas no território
O diretor do maior grupo jornalístico de Hong Kong foi preso esta quarta-feira por alegadamente obstruir a polícia e a ordem pública enquanto estava em reportagem. Ronson Chan e um outro colega deveriam estar estar numa reunião sobre habitação pública no distrito de Mong Kok quando foram abordados e detidos pela polícia.
A polícia explicou ter encontrado dois homens a agir de “forma suspeita” na quarta-feira e pediu-lhes documentos de identificação. Um homem de 42 anos aceitou o pedido enquanto Chan recusou aceder ao pedido da polícia, apesar dos vários avisos dos membros das forças de segurança.
Chan foi detido com acusações de obstrução à polícia e por desordem na via pública. Apesar da detenção, a associação de jornalistas de Hong Kong ainda não comentou a situação.
Esta é mais uma situação que mostra o declínio da liberdade de expressão e do direito de informar em Hong Kong desde a implementação, em 2020, de uma lei de segurança nacional por parte de Pequim. Medida que teve como objectivo anular os dissidentes presentes nos protestos anti-governamentais de 2019 em Hong Kong.
Ainda esta quarta-feira é também notícia a condenação de cinco terapeutas da fala por sedição. Os especialistas publicaram obras para crianças sobre lobos e ovelhas, com o tribunal que julgou o caso a considerar que incitaram ao ódio contra as autoridades. Cada um pode vir a ser condenado a dois anos de prisão.
Desde a imposição da lei nacional de segurança, muitos meios de comunicação críticos do regime de Pequim foram alvos de rusgas, sendo posteriormente forçados a fechar portas: por exemplo, o Apple Daily, fundado pelo magnata Jimmy Lai, foi obrigado a fechar depois de a polícia lhe ter congelado milhões de dólares durante uma investigação.
O Stand News, onde Ronson Chan trabalhava, também foi encerrado depois de vários editores e membros do quadro do jornal terem sido detidos e acusados de sedição.