Hezbollah lança cerca de 30 ataques em dia de intenso fogo cruzado com Israel

por Lusa

O grupo xiita libanês Hezbollah reivindicou hoje cerca de 30 ataques contra numerosas posições israelitas no sul do Líbano, num dia de intenso fogo cruzado de ambos os lados da fronteira que separa os dois países.

Em vários comunicados, o Hezbollah afirmou ter atacado até seis vezes com uma série de morteiros uma concentração de forças israelitas nos arredores da cidade libanesa meridional de Jiam, cerca de seis quilómetros a norte da fronteira com Israel.

A organização reivindicou também o disparo de numerosos projéteis de artilharia contra um outro grupo de soldados israelitas em Tel Nahas, nos arredores de Kfar Kila, em duas ocasiões, e ataques com `rockets` a posições israelitas em Al-Manara, Al-Malkiya e outros locais no sul do Líbano.

Igualmente de acordo com os seus comunicados, o Hezbollah atingiu também com `rockets` a posição de Haboushit, onde se situa o quartel-general da Brigada Hermon, no cimo do monte Hermon, nos Golã sírios ocupados.

Entre outras das ações destacadas, o grupo xiita "lançou uma operação aérea contra uma esquadrilha de `drones` (aeronaves não-tripuladas) contra as forças inimigas na localidade de Yarin" e um ataque à Base Técnica de Haifa, ligada à Força Aérea israelita, situada a 35 quilómetros da fronteira comum, a leste da cidade de Haifa.

Por seu lado, o Exército de Israel confirmou hoje ataques à cidade de Tiro, no sul do Líbano, assim como a Dahieh, o subúrbio meridional de Beirute, bastião do Hazbollah que intensamente bombardeou na última semana.

A Agência Nacional de Notícias (ANN) libanesa informou sobre incessantes ataques do Exército israelita a numerosas localidades do sul do país, entre as quais referiu Tair Harfa, Marwahin, Shaheen e Haret Hreik, embora se desconheça ainda o número de vítimas.

O Ministério da Saúde Pública libanês informou hoje que pelo menos 62 pessoas morreram e 111 ficaram feridas na quinta-feira na sequência de ataques do Exército israelita a diferentes zonas do Líbano, o que eleva para 3.645 o número de mortos e 15.355 o número de feridos desde o início do conflito.

No seu relatório diário, o departamento governamental também informou sobre a distribuição dos ataques, que na quinta-feira se concentraram particularmente no distrito oriental de Baalbek-Hermel, onde 49 pessoas foram mortas e 54 ficaram feridas.

Os ataques israelitas também mataram oito pessoas na região sul de Nabatiye, onde outras 31 ficaram feridas, ao passo que na zona sul foram mortas mais cinco pessoas e 25 ficaram feridas.

De entre os mortos, 231 são crianças e 692 são mulheres, segundo o Ministério da Saúde Pública, que estima em 214 o número de profissionais de saúde mortos e em 323 o número de profissionais de saúde feridos nas centenas de ataques a ambulâncias e todo o tipo de instalações médicas.

Embora estes números reflitam o número total de vítimas desde o início do conflito, em outubro do ano passado, a grande maioria destas vítimas registou-se desde 23 de setembro, data em que Israel lançou uma campanha de bombardeamentos maciços de diferentes partes do Líbano, resultando na destruição generalizada de dezenas de aldeias no sul e no leste do Líbano, bem como nos subúrbios do sul de Beirute, a que se seguiu uma invasão terrestre do sul do país.

As autoridades libanesas estimam também que mais de 1,2 milhões de pessoas se viram obrigadas a abandonar as suas casas devido à violência, cerca de 600.000 das quais atravessaram a fronteira para a Síria.

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