Henry Kissinger. UE recorda "verdadeiro diplomata" que influenciou os palcos mundiais

por Lusa

O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros lamentou hoje a morte do antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, que recordou como um "verdadeiro diplomata" que influenciou a maneira como a diplomacia é feita.

"Foi com tristeza que soube da morte de Henry Kissinger. Era a personificação da posição global dos Estados Unidos da América no palco mundial", considerou Josep Borrell num comunicado.

O chefe da diplomacia europeia acrescentou que o antigo secretário de Estado norte-americano era "um verdadeiro diplomata" e, apesar de uma "abordagem que não era imune a críticas e controvérsias, a sua voz foi sempre escutada entre parceiros por todo o mundo".

"A sua abordagem inovadora vai influenciar a diplomacia e a mediação durante gerações. Hoje prestámos homenagem a um verdadeiro estadista", completou Borrell.

O antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, figura incontornável da diplomacia mundial durante a Guerra Fria, morreu esta quarta-feira aos 100 anos, informou a sua organização em comunicado.

Kissinger, que dominou a política externa dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, morreu em casa em Connecticut, adiantou a empresa de consultoria Kissinger Associates.

O controverso diplomata manteve-se ativo até ao fim da vida, apesar da idade avançada.

Em julho, já com 100 anos, visitou a China, onde se encontrou com o Presidente do país, Xi Jinping.

As opiniões do antigo diplomata sobre assuntos da atualidade, como a invasão da Ucrânia pela Rússia e os riscos da inteligência artificial, também têm sido frequentemente citados nos meios de comunicação social.

Kissinger nasceu em 27 de maio de 1923, em Fürth, na Alemanha, no seio de uma família judia que se mudou para Nova Iorque, fugida do nazismo.

Recebeu o Prémio Nobel da Paz juntamente com o homólogo vietnamita Le Duc Thuo pelas negociações secretas para pôr fim à guerra do Vietname e normalizou as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e a China durante a presidência de Richard Nixon (1969-1974).

No entanto, Kissinger será também recordado pelo apoio dado a ditaduras como as da Argentina, entre 1976 e 1983, aos últimos anos do regime de Francisco Franco, em Espanha, e ao golpe de Estado contra Salvador Allende, no Chile, em 1973.

É, até à data, a única pessoa na história dos Estados Unidos que ocupou simultaneamente os cargos de secretário de Estado e de conselheiro de Segurança Nacional.

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