Os Procuradores-gerais de Angola e Portugal reúnem-se esta quinta-feira à tarde, em Lisboa. Um encontro motivado pela investigação revelada nos últimos dias conhecida como Luanda Leaks .
Antes de viajar para Lisboa, o procurador-geral de Angola, Hélder Pitta Gros, anunciou que Isabel dos Santos e outros colaboradores próximos foram constituídos arguidos no âmbito de um processo sobre o tempo em que a filha do antigo presidente de Angola liderou a petrolífera Sonangol e deu conta dos crimes imputados à empresária
Para além de Isabel dos Santos, mais quatro pessoas foram constituídas arguidas, entre elas Mário Leite Silva, gestor de Isabel dos Santos e que liderava o Banco de Fomento de Angola, Paula Oliveira, administradora não executiva da NOS e Nuno Ribeiro e Cunha.
O procurador angolano diz que todos os arguidos estão fora de Angola e vão ser notificados. Se não se apresentarem voluntariamente poderão ser emitidos mandados de captura internacionais.Negócios de Isabel dos Santos em Portugal
Isabel dos Santos tem participação em várias empresas portuguesas. Uma delas é no EuroBic.
Na última noite, a instituição bancária emitiu um comunicado a dar conta que Isabel dos Santos já tinha saído da estrutura acionista do banco.
O primeiro-ministro, António Costa, espera que as empresas portuguesas não sejam afetadas por este caso e diz que Portugal vai manter a cooperação com Angola.Ana Gomes reclama o aparecimento de responsáveis
Sobre o Luanda Leaks, Ana Gomes pretende que sejam revelados os responsáveis também em Portugal.
Em entrevista à RTP 3, a antiga eurodeputada do Partido Socialista (PS) diz que houve muita conivência em Portugal e alguém devia ser responsabilizado.
Ana Gomes desafia a que se faça uma lista das pessoas que depois de passarem pelos governos encontraram acolhimento em empresas de Isabel dos Santos.
Entrevistada na RTP pelo jornalista Vítor Gonçalves a antiga eurodeputada falou também sobre uma eventual candidatura sua à Presidência da República. Ana Gomes nunca disse que não será candidata.