Hamas temporariamente liderado por um comité sediado no Qatar

por Lusa

O Hamas, cujo líder Yahya Sinouar foi morto pelas forças israelitas, será temporariamente liderado por um comité sediado no Qatar, antes da eleição de um sucessor, adiantaram hoje duas fontes do movimento islamita palestiniano.

"A abordagem da liderança do Hamas não é nomear um sucessor para o falecido líder, o mártir Yahya Sinouar, antes das próximas eleições" do movimento palestiniano marcadas para março "se as condições o permitirem", indicou à agência France-Presse (AFP) fonte do Hamas.

Yahya Sinouar, líder designado do Hamas após o assassinato no Irão, em julho, de Ismaïl Haniyeh, foi declarado morto na quinta-feira pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), que eliminou o líder no sul da Faixa de Gaza, enclave onde decorre uma guerra há mais de um ano.

O comité de cinco membros do Hamas, formado em agosto após o assassinato de Haniyeh para facilitar a tomada de decisões dadas as dificuldades de comunicação com Sinouar em Gaza, "assumirá a liderança do grupo", segundo a fonte.

Este comité, sediado em Doha, é composto por representantes de Gaza (Khalil al-Haya), da Cisjordânia ocupada por Israel (Zaher Jabareen) e da diáspora (Khaled Mechaal), bem como do Conselho Consultivo Shura do Hamas (Mohammed Darwish) e o secretário do gabinete político, sempre anónimo por razões de segurança, continuou.

Outra fonte do Hamas garantiu que a liderança do grupo discutiu a possibilidade de nomear um líder político sem anunciar o seu nome, opção afastada.

Desde o início da ofensiva israelita contra Gaza, em outubro de 2023, já morreram mais de 42.600 pessoas - a maioria mulheres e crianças - e quase 99.800 ficaram feridas, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, que não incluem os milhares de desaparecidos nem as mortes por doença ou infeção.

O Hamas lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.

Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas. Destas, perto de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano, 28 dos quais terão morrido.

Em resposta ao ataque, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

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