O Hamas fez saber que disse não à proposta israelita para uma troca de prisioneiros por não terem sido aceites o que considera serem condições mínimas para um acordo. O grupo armado que governa a Faixa de Gaza exige 60 palestinianos encarcerados em prisões de Israel em troca de três israelitas.
Em causa fica para já a libertação de Avraham Mengistu, Hisham al-Sayed e Juma Ibrahim Abu Ghanima. O Hamas terá ainda em sua posse os corpos de dois soldados das forças israelitas abatidos durante a ofensiva de 2014 sobre a Faixa de Gaza.
Uma fonte das Brigadas Ezzedeen al-Qassam, o braço armado do Hamas, declarou ao Times of Israel que “só depois [da libertação daqueles 60 prisioneiros] será possível iniciar negociações”.
Enquanto Telavive reserva para já a sua posição, apesar de admitir terem já sido dados alguns passos para negociar uma troca, um porta-voz do Hamas sustentou que as condições não satisfazem ainda “os mínimos exigidos”.
Um dirigente do braço armado do Hamas explicou, em declarações reproduzidas pela Al Jazeera, que apenas lhe interessa uma troca alargada, manifestando dessa forma a rejeição pelo que será a proposta inicial israelita de trocar um prisioneiro por um prisioneiro, ou seja, libertar três palestinianos em troca dos três israelitas.
De acordo com o TOI, Israel terá avançado com a possibilidade de trocar Bilal Razaineh – um official de alta patente do Hamas detido em Novembro passado e que terá revelado em interrogatório as posições de túneis palestinianos em Gaza – por Mengistu ou Sayed.
Telavive fala numa “troca humanitária”, uma vez que os três homens sofreriam de perturbações mentais.
A proposta continua no entanto a esbarrar nas condições do Hamas, que exige a Israel, antes de avançar nas negociações, a entrega de todos os prisioneiros palestinianos que, depois de terem sido trocados pelo soldado israelita Gilad Shalit em 2011, voltariam a ser detidos por Israel em 2014, após o sequestro e morte de três jovens israelitas na Cisjordânia.
Na sequência deste episódio, durante o Verão desse ano de 2014, Israel lançou uma ofensiva de um mês sobre a Faixa de Gaza, fazendo 2200 mortos entre os palestinianos – quase todos civis – e 73 do lado israelita.