Hamas mantém exigências para libertar reféns apesar de ameaça de Trump
O Hamas continua a exigir que Israel se retire da Faixa da Gaza para que haja um acordo para a libertação dos reféns. O grupo militar palestiniano recusa, assim, ceder às pressões do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que avisou que o "inferno vai explodir no Médio Oriente" se o Hamas não libertar os reféns antes da sua tomada de posse.
O Hamas diz que libertará os reféns apenas se Israel concordar em retirar todas as suas tropas de Gaza e em implementar um cessar-fogo permanente na região. Por sua vez, Israel diz que não retirará as suas tropas até que o Hamas seja desmantelado e todos os reféns sejam libertados.
"O Hamas é o único obstáculo à libertação dos reféns", disse o diretor do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eden Bar Tal, durante uma conferência de imprensa na terça-feira, garantindo que Israel está totalmente comprometido em chegar a um acordo
O oficial do Hamas, Osama Hamdan, disse, por sua vez, que Israel é o culpado por minar todos os esforços para chegar a um acordo.
Sem fornecer detalhes sobre a última ronda de negociações, Hamdan reiterou as condições do Hamas de "um fim completo da agressão e uma retirada total [das tropas israelitas] das terras invadidas pela ocupação".
O Hamas mantém, assim, as suas exigências para que haja um acordo de cessar-fogo, recusando ceder às pressões de Donald Trump, que avisou, na terça-feira, que o “inferno vai explodir no Médio Oriente” se o Hamas não libertar os reféns antes da sua tomada de posse, a 20 de janeiro. Incentivado a comentar estas declarações, o diretor do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eden Bar Tal, disse que Trump foi precipitado. "Acho que o presidente dos EUA deve fazer declarações mais disciplinadas e diplomáticas”, afirmou.
Mais de 50 mortos em 24 horas
Enquanto decorrem as negociações para se alcançar um acordo para um cessar-fogo, os combates continuam na Faixa de Gaza.
Segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas na Faixa de Gaza, pelo menos 51 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas no território palestiniano, elevando para 45.936 o total de mortos desde o início do conflito, em novembro de 2023.
Um dos ataques aéreos matou pelo menos dez pessoas numa casa de vários andares no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza, na quarta-feira, enquanto outro matou cinco no subúrbio próximo de Zeitoun, disseram os médicos.
Na cidade de Deir Al-Balah, no centro de Gaza, onde centenas de milhares de palestinianos estão abrigados, um ataque aéreo israelita matou outras três pessoas.